Ministério Público solicitou revogação da prisão; padrasto torna-se principal suspeito
Um novo laudo pericial pode mudar o rumo das investigações sobre a morte de dois irmãos, de 7 e 8 anos, em Parnaíba, Piauí. O documento, obtido com exclusividade pelo Fantástico, concluiu que os cajus, supostamente envenenados com terbufós (chumbinho) e apontados como causa da morte, não continham vestígios da substância. Lucélia Maria Gonçalves, vizinha das crianças, está presa há cinco meses acusada do crime.
A reviravolta aconteceu um dia após a prisão de Francisco de Assis da Costa, padrasto da mãe das vítimas, que é agora o principal suspeito de outro caso de envenenamento, ocorrido no dia 1º de janeiro. Nesse crime mais recente, Francisco teria colocado terbufós em um arroz servido no almoço de família, causando a morte de sua enteada Francisca Maria, dos filhos dela e de outro enteado.
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Diante das novas evidências, o Ministério Público solicitou a revogação da prisão de Lucélia e a polícia reabriu a investigação do caso das crianças mortas há cinco meses. “Há um fato novo e é necessário analisar toda a circunstância”, declarou o promotor responsável.
Lucélia, que sempre negou envolvimento nos crimes, teve a casa incendiada após ser acusada. Seu advogado defendeu que a prisão foi precipitada e carecia de confrontação das provas.
Francisco, apontado como suspeito do envenenamento no início do ano, segue preso, mas nega envolvimento nos crimes. A polícia apura se ele também pode estar ligado às mortes das crianças em agosto. Durante depoimentos, o homem demonstrou ressentimento e fez declarações preconceituosas sobre os enteados, o que reforçou as suspeitas contra ele.
As investigações continuam, e o Ministério Público aguarda que novos elementos sejam apresentados para esclarecer os casos.