Suprema Corte dos EUA debate proibição do Aplicativo

Suprema Corte dos EUA debate proibição do Aplicativo


Plataforma tem prazo até 19 de janeiro para vender operações americanas ou será banida do país; caso opõe segurança nacional e liberdade de expressão

A Suprema Corte dos Estados Unidos questionou nesta 6ª feira (10.jan.2025) os argumentos do TikTok contra lei que pode banir o aplicativo do país. A legislação exige que a plataforma venda suas operações americanas até 19 de janeiro ou encerre as atividades nos Estados Unidos. As informações são da Reuters.

O Departamento de Justiça afirma que o TikTok representa ameaça à segurança nacional. Segundo a pasta, existe risco de a China usar dados dos 170 milhões de usuários americanos para espionagem ou manipular o conteúdo exibido na plataforma.

A ByteDance, controladora chinesa do TikTok, contesta a lei aprovada pelo Congresso americano com apoio bipartidário em 2024. A empresa alega que a medida viola a 1ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão.

Noel Francisco, advogado do TikTok, disse aos juízes que o aplicativo é uma das principais plataformas de expressão para os americanos. “O verdadeiro alvo da lei é o discurso em si – esse medo de que os americanos possam ser persuadidos por desinformação chinesa”, afirmou.

O presidente eleito Donald Trump, que assume em 20 de janeiro, opõe-se ao banimento. Em 27 de dezembro, ele pediu à Suprema Corte que suspenda o prazo para permitir que sua futura administração busque uma “resolução política” para o caso.

O presidente da Suprema Corte, John Roberts, questionou Francisco sobre a propriedade chinesa do aplicativo: “Devemos ignorar o fato de que a controladora final está sujeita a realizar trabalhos de inteligência para o governo chinês?”, disse.

A juíza Elena Kagan destacou que a lei “visa apenas esta corporação estrangeira, que não tem direitos garantidos pela 1ª Emenda”.

O banimento do TikTok impactaria diretamente 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, além de 7.000 funcionários americanos. A medida também afetaria anunciantes e criadores de conteúdo que dependem da plataforma para suas atividades.

A disputa ocorre em meio a crescentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, principais economias do mundo. O caso destaca preocupações americanas sobre a influência chinesa em tecnologias de comunicação.

Em argumento final, Francisco apresentou cenário hipotético comparando a situação a uma eventual interferência chinesa no Washington Post. Segundo ele, mesmo que a China controlasse o jornal através de coação ao proprietário Jeff Bezos, o Congresso não poderia ordenar a venda ou fechamento da publicação, pois violaria direitos constitucionais.





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