Checadores nunca censuraram nada, diz ex-parceira da Meta

Checadores nunca censuraram nada, diz ex-parceira da Meta


Presidente da Polynter Institute, dona da PolitiFact, diz que big tech sempre “deu as cartas” e chama fala de Zuckerberg de “decepcionante”

O presidente da Polynter Institute, Neil Brown, classificou a decisão da Meta de encerrar a checagem de fatos nas redes sociais como “decepcionante” e afirmou que nunca houve censura por parte dos checadores. A declaração se deu depois do anúncio de Mark Zuckerberg, CEO da plataforma social, que decidiu adotar o método de notas da comunidade, similar ao que foi implementado por Elon Musk no X (antigo Twitter).

O Polynter Institute é a empresa dona da PolitiFact, que atuava como uma das parceiras da Meta na checagem de fatos no Facebook e Instagram. Brown disse que a big tech sempre “deu as cartas” e que “fatos não são censura”.

É uma perpetuação de uma má interpretação do programa. Fatos não são censura. Checadores de fatos nunca censuraram nada. E a Meta sempre deu as cartas. É hora de parar de invocar e inflamar falsos discursos contra o papel do jornalista e da checagem de fatos”, disse o presidente do Polynter Institute.

Em publicação no site da empresa, a Politifact afirmou que a Meta possui 10 parceiros independentes para checagem de fatos e 119 espalhados pelo mundo, conforme consta no site da big tech. A empresa ressalta que foi uma das escolhidas ainda em 2016, para inaugurar o programa de checagem de fatos do Facebook.

A Politifact destacou o fato de que, apesar das alegações de censura por parte de Zuckerberg, as empresas de checagem de fatos nunca removeram conteúdo da plataforma e que isso era papel da própria Meta.

Zuckerberg repetiu diversas vezes no vídeo que se preocupava com ‘censura’, mas a Meta raramente removia conteúdo de suas plataformas. Quando removia, era uma decisão da própria Meta, não dos checadores de fatos. O programa de checagem de fatos por terceiros nunca teve o poder de remover conteúdo das plataformas da Meta”, explica a Politifact.

A empresa também detalhou, de maneira resumida, o processo de checagem de fatos adotado pela Meta com suas empresas parceiras.

Checadores de fatos verificavam a informação que aparecia na Meta e, usando parâmetros de organização da editorial que designavam o que deveria ser checado, escolhiam o que analisar. Os checadores de fatos, então, produziam relatórios a partir de fontes primárias, entrevistas, dados públicos e análises. Eles usavam esses fatos para revisar e avaliar a veracidade de temas que estavam em evidência nas plataformas da Meta, mas o programa foca em alegações que comprovadamente são falsas ou errôneas”, descreveu a Politifacts.

A empresa ainda apontou que analisou 3 assuntos que estavam em evidência nas redes sociais da Meta. São eles: 

  • Uma alegação falsa de que 22 estados americanos não iriam validar o resultado das eleições;
  • Uma alegação falsa de 4 de janeiro, dizendo que um 2º ataque teria ocorrido em Nova Orleans, em referência ao atropelamento em massa que resultou na morte de 15 pessoas no dia 1º de janeiro;
  • Uma imagem viral de uma criança que teria sido encontrada por policiais desacompanhada, mas cada postagem localizava a criança em uma cidade diferente dos EUA.

Outra empresa que era parceira da Meta, a Factcheck.org, também anunciou em seu site oficial a finalização da relação com a big tech.

A empresa afirmou que deu início à parceria em 2016, mas que a checagem de fatos fazia parte da missão da empresa desde antes de ter laços com a Meta e que o trabalho de checagem continuará.

Checagem de fatos é um serviço de interesse público do jornalismo e temos mais certeza do que nunca de sua importância em meio a um cenário político conturbado”, disse a empresa.





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