Câmara aprova PEC do ajuste fiscal em primeiro turno com ampla margem de votos

Câmara aprova PEC do ajuste fiscal em primeiro turno com ampla margem de votos


Aprovada com 344 votos, proposta restringe acesso ao abono salarial e altera regras de repasse ao Fundeb, mas abre brecha para manutenção dos supersalários; Casa analisará os destaques antes do segundo turno

Bruno Spada/Câmara dos DeputadosPlenário da Câmara dos Deputados
Aprovação ocorreu em meio a intensas negociações lideradas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (19), em primeiro turno, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece novas regras para o abono salarial e prorroga a desvinculação de receitas da União. A proposta, parte do pacote de ajuste fiscal do governo federal, busca economizar R$ 375 bilhões até 2030. O placar foi de 344 votos favoráveis contra 154 contrários, superando os 308 necessários para aprovação de emendas constitucionais.

A PEC traz medidas importantes, como a restrição gradual ao acesso ao abono salarial, com critérios mais rigorosos que devem gerar economia de até R$ 2 bilhões até 2027; a criação de uma nova categoria para o repasse da União ao Fundeb, voltada ao incentivo ao ensino em tempo integral; o combate aos supersalários no funcionalismo público, com mudanças que buscam limitar benefícios que excedam o teto constitucional; e a prorrogação da desvinculação de receitas da União até 2032, permitindo maior flexibilidade no uso de recursos públicos antes obrigatoriamente destinados a áreas específicas.

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No entanto, a desidratação poderá permitir a manutenção dos supersalários. Há uma brecha que permite que benefícios e auxílios indenizatórios, como diárias, ajudas de custo e outros pagamentos extras, não sejam contabilizados no teto. Essa exceção pode abrir espaço para que servidores continuem recebendo valores acima do limite estabelecido, enfraquecendo o objetivo de controlar os gastos públicos com salários elevados.

Principais medidas da PEC

  • Abono salarial: O acesso ao benefício será gradualmente restringido. A partir de 2025, apenas trabalhadores que receberam até dois salários mínimos no ano-base terão direito. Esse limite será reduzido para 1,5 salário mínimo nos anos seguintes, com projeções de economia crescente: R$ 100 milhões em 2025, R$ 600 milhões em 2026 e R$ 2 bilhões em 2027.
  • Fundeb: Alterações nas regras de repasse da União ao fundo de educação básica incluem a criação de uma nova categoria para financiamento de escolas em tempo integral, que poderá representar até 10% do total de recursos destinados em 2025. Apesar das mudanças, a economia prevista será inferior ao inicialmente estimado.
  • Supersalários: A PEC reforça o limite de remuneração no funcionalismo público, incluindo benefícios no teto salarial. Enquanto uma nova lei sobre o tema não for sancionada, atuais beneficiários continuarão recebendo auxílios conhecidos como “penduricalhos”.
  • Desvinculação de receitas: A medida amplia a liberdade do governo federal para alocar recursos antes vinculados a áreas específicas, como saúde e educação, prorrogando a regra até 2032. Parte das receitas patrimoniais, como royalties e dividendos, também será incluída.

Antes de seguir para votação em segundo turno, a Câmara ainda analisará os destaques apresentados à proposta. Após a aprovação definitiva, o texto será encaminhado ao Senado para avaliação. A aprovação ocorreu em meio a intensas negociações lideradas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na manhã desta quinta-feira, foi autorizado o registro de presença e votação remota para garantir o quórum necessário. Apesar da vitória expressiva, o mercado financeiro permanece cauteloso, com receios de que as medidas não sejam suficientes para conter os gastos públicos.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA





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