Bolsonaro afirma que nunca pediu tropas da Marinha para possível golpe de Estado

Bolsonaro afirma que nunca pediu tropas da Marinha para possível golpe de Estado


Em audiência conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente negou ter solicitado apoio militar e mencionou restrição financeira imposta do TSE

Nesta terça-feira (10/6), durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes perguntou a Jair Bolsonaro se, em alguma reunião, o almirante Almir Garnier havia colocado as tropas da Marinha à disposição. Bolsonaro foi rápido na resposta: “Em hipótese alguma. Não existe isso”. Ele reforçou que qualquer medida extraordinária pelos militares dependeria de circunstâncias e instituições diferentes, e ainda afirmou que não houve clima, oportunidade ou base legal para isso.

“Se nós fossemos prosseguir num Estado de sítio, as medidas seriam outras. Na ponta da linha é que teriam outras instituições envolvidas. Agora, não tinha clima, não tinha oportunidade, e não tinha base minimamente sólida para se fazer alguma coisa”, disse o ex-presidente.

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Ministro Alexandre de Moraes é o relatorReprodução: TV Justiça

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Bolsonaro sobre reunião golpista: “Estudamos possibilidades dentro da Constituição”Reprodução: TV Justiça

Reprodução/PR/Agência Brasil/Montagem

Ataques no dia 8 de janeiroReprodução/PR/Agência Brasil/Montagem


Bolsonaro ainda fez menção ao impacto da multa de R$ 22 milhões aplicada ao PL pelo Tribunal Superior Eleitoral, por questionamentos considerados de má-fé ao resultado eleitoral: “Só foram conversadas outras hipóteses constitucionais tendo em vista que o TSE fechou as portas pra gente com aquela multa que espero que um dia a Vossa Excelência possa reconsiderar aquela multa e volte para o partido. Está fazendo muita falta para a gente aqueles R$ 22 milhões”, contou ele, em pedido ao ministro relator do inquérito, Alexandre de Moraes.

O Partido Liberal (PL) foi multado em cerca de R$ 22,9 milhões em 2022 por tentar anular parte dos votos do segundo turno das eleições, com base em alegações consideradas infundadas e de má-fé, a fim de questionar a legitimidade do resultado eleitoral.

O que disse Garnier

Durante a manhã, o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, foi o primeiro interrogado. Sob questionamentos de Moraes sobre supostas tentativas de envolvimento militar, ele admitiu participação em reuniões em 7 e 14 de dezembro de 2022 com Bolsonaro e outros comandantes, eventos que ele definiu como rotina institucional, voltados a preocupações com segurança pública e manifestações civis, e não como conspiratórios. Negou ainda que fosse apresentada “minuta de golpe” em papel, esclarecendo que viu apenas slides e que nada sugeria decreto ilegal.

Sobre o suposto oferecimento de tropas ao ex-presidente, acusação central da Procuradoria-Geral da República (PGR), Garnier afirmou que nunca colocou forças navais à disposição de Bolsonaro.



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