Deputado diz ao STF que postagens não refletem seu pensamento e nega lista de procuradores “alvo” de Jair Bolsonaro
Após o Supremo Tribunal Federal (STF) interrogar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi a vez de ministros e advogados ouvirem o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Ambos são réus no inquérito que investiga um suposto plano golpista articulado por Jair Bolsonaro e seus aliados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito para seu terceiro mandato.
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Durante seu depoimento, Ramagem negou ter utilizado a estrutura da Abin para investigar fraudes nas urnas eletrônicas, bem como a criação de um grupo de trabalho com esse objetivo.
O deputado também afirmou que publicações feitas por ele nas redes sociais não necessariamente refletem seu pensamento, e, por isso, não devem ser interpretadas como posicionamentos oficiais. “Houve duas publicações minhas no Twitter que diferem do meu pensamento sobre as urnas. No meu particular, quando coloco um ataque, é uma forma de argumentar”, disse.
Questionado sobre um documento que listava procuradores supostamente contrários a Bolsonaro, Ramagem alegou desconhecimento. “Deve ser mais um documento que não foi para frente. Não houve diligência ou nenhum trabalho sobre isso”, afirmou.
Entre os documentos do inquérito há cartas escritas por Ramagem destinadas a Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes questionou o conteúdo, mas o deputado alegou que, embora tenham sido redigidas, as cartas nunca foram enviadas.
“Eu escrevia textos privados que me ajudavam a organizar ideias para, se possível, em algum momento, promover algum debate”, justificou.