‘Negociações nucleares com o Irã foram construtivas’, diz EUA

‘Negociações nucleares com o Irã foram construtivas’, diz EUA


Os dois países, inimigos desde a Revolução Islâmica que depôs a monarquia pró-Ocidente no Irã em 1979, iniciaram diálogos em 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano

SAMUEL CORUM/EFE/EPAO presidente dos EUA, Donald Trump, discursa no último dia da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), em National Harbor, Maryland
Trump diz apoiar diálogo com Irã, mas advertiu que haverá ações militares se a diplomacia fracassar

As negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos, realizadas nesta sexta-feira (23), em Roma, foram “construtivas”, afirmou Washington, enquanto Teerã falou de um diálogo “complicado”. Os dois países, inimigos desde a Revolução Islâmica que depôs a monarquia pró-Ocidente no Irã em 1979, iniciaram diálogos em 12 de abril sobre o programa nuclear iraniano. “As conversas seguem sendo construtivas: fizemos mais progressos, mas ainda há trabalho a fazer”, disse um alto funcionário americano sob condição de anonimato. “Ambas as partes acordaram mutuamente se reunir em um futuro próximo”, acrescentou. Atualmente, o Irã enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo de 2015, mas abaixo dos 90% necessários para desenvolver armas nucleares. Teerã sempre negou que suas atividades nucleares tenham finalidade armamentística e defende seu direito a desenvolver a energia nuclear para fins civis.

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Na quinta rodada de conversas, realizada nesta sexta, que durou cerca de três horas, participaram o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, e o enviado americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff. O encontro foi celebrado na residência em Roma do embaixador de Omã, um dos mediadores, noticiaram veículos de mídia iranianos. Estes são os contatos em mais alto nível entre ambos os países desde que os Estados Unidos abandonaram, em 2018, no primeiro mandato do presidente americano Donald Trump, o acordo nuclear firmado três anos antes. O pacto, que tornou-se obsoleto após a saída americana, visava impedir que o Irã desenvolvesse seu programa nuclear, em troca da suspensão das sanções internacionais. Araghchi, por sua vez, disse que as conversas foram “mais complicadas do que se pode resolver em duas ou três reuniões”. No entanto, qualificou as trocas com Washington de muito “profissionais”.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al Busaidi, admitiu que o encontro terminou “com alguns avanços, mas sem resultados conclusivos”. “Esperamos esclarecer as questões pendentes nos próximos dias, a fim de avançar para o objetivo comum de obter um acordo duradouro e digno”, escreveu ele na rede social X. Desde que voltou à Casa Branca, Trump retomou sua campanha de “pressão máxima” sobre o Irã. E embora apoie os diálogos, advertiu que haverá ações militares se a diplomacia fracassar. O Irã, por sua vez, busca um novo acordo que flexibilize as sanções, que sufocam sua economia.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula





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