Presidente norte-americano questionou o momento da divulgação do câncer de próstata do antecessor
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), questionou por que o diagnóstico de câncer de seu antecessor, Joe Biden (Partido Democrata), não foi divulgado anteriormente. Trump fez as declarações a jornalistas na Sala Oval na 2ª feira (19.mai.2025), sugerindo que a condição de saúde do ex-presidente pode ter sido mantida em sigilo.
“Há coisas acontecendo que o público não foi informado, e acho que alguém vai ter de falar com o médico dele”, disse o presidente.
O escritório de Biden anunciou no domingo (18.mai.2025) que ele foi diagnosticado com câncer de próstata em estágio 4, com pontuação 9 na escala de Gleason. A escala de Gleason mede a agressividade do câncer, variando de 6 a 10.
O ex-presidente, de 82 anos, esteve em um hospital na Filadélfia no dia 9 de maio depois que um médico descobriu um pequeno nódulo em sua próstata. Biden havia relatado sintomas urinários antes da descoberta.
“Para chegar ao estágio 9, isso leva muito tempo”, afirmou Trump, aparentemente confundindo a pontuação de Gleason com o estágio do câncer.
O atual presidente dos EUA questionou a demora na divulgação. “Você tem que perguntar, por que demorou tanto?”, disse. “Pode levar anos para chegar a esse nível de perigo. É uma situação muito, muito triste, e eu me sinto muito mal por isso, e acho que as pessoas deveriam tentar descobrir o que aconteceu”, declarou.
Trump relacionou o diagnóstico às reportagens sobre o estado de saúde de Biden durante a gestão do democrata. “A capacidade cognitiva… por que isso não foi discutido?”, questionou. “Acho que os médicos disseram que ele estava bem, e acabou que não era assim. É muito perigoso”, disse.
O jornal norte-americano The New York Times entrou em contato com o porta-voz de Biden, que não respondeu ao pedido de comentário.
Ezekiel Emanuel, oncologista da Universidade da Pensilvânia que assessorou a Casa Branca durante a pandemia, disse ao programa “Morning Joe” da MSNBC que Biden provavelmente estava com câncer “há muitos anos, talvez até uma década”. Segundo ele, a doença estaria “crescendo” no corpo do democrata “e se espalhando”.
“Ele tinha isso enquanto era presidente, sem saber”, declarou Emanuel. “Ele provavelmente tinha isso no início de sua presidência”, afirmou.
Os CDC (sigla para Centros de Controle e Prevenção de Doenças), dos EUA, não recomendam exames regulares de rastreamento para câncer de próstata em homens com mais de 70 anos. A agência cita potenciais danos do rastreamento nessa faixa etária, como falsos positivos que causam estresse e testes desnecessários.
Muitos pacientes com câncer de próstata não apresentam sintomas. A maioria desconhece problemas na próstata até que um médico encontre o câncer, explicou Marc Garnick, especialista em câncer urológico da Escola de Medicina de Harvard. “Isso ainda se dá regularmente”, afirmou Garnick ao New York Times.
Judd W. Moul, urologista da Universidade Duke, também ouvido pelo jornal, disse que apesar de “todos estarem falando sobre conspiração e acobertamentos”, a forma como Biden foi diagnosticado “pode ser considerada perfeitamente razoável e não medicamente incomum”.
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