Ex-prefeito de Araraquara é o nome de Lula para assumir o comando do partido; ato político nesta 2ª feira (19.mai) selará pacificação
Principal candidato à presidência do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva fez movimentos recentes para pacificar as desavenças internas na corrente majoritária da sigla, a CNB (Construindo Um Novo Brasil), e unificar o grupo em torno de seu nome na disputa partidária.
Na “Carta aos petistas”, o ex-prefeito de Araraquara (SP) mudou de tom e defendeu que o PT participe de “alianças políticas amplas”, mas com a manutenção da “identidade e do protagonismo” do partido. Leia a íntegra (PDF – 289 kB) do documento.
“Precisamos construir alianças políticas amplas, mas mantendo nossa identidade e protagonismo. O PT deve ser a espinha dorsal do campo democrático e popular. Para isso, devemos eleger bancadas fortes nas Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado, recuperar espaços nos governos estaduais e garantir que Lula seja reeleito em 2026”, escreveu.
Edinho vinha sendo criticado por correligionários por defender uma ruptura na polarização do país em prol do avanço do diálogo entre diferentes forças políticas. Em fevereiro deste ano disse que o PT deveria unir forças em 2026 com outras siglas de esquerda e com legendas de centro contra o que chamou de direita bolsonarista.
A fala foi feita durante um almoço na casa da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e do empresário Márcio Toledo. Na plateia estava o ex-senador pelo PSDB José Aníbal, o ex-ministro pelo MDB Nelson Jobim e o ex-ministro da Fazenda pelo PT Antônio Palocci, que fez uma delação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na operação Lava Jato. Posteriormente, a delação foi retirada do processo do petista pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por falta de provas.
No documento destinado à militância petista, Edinho diz ainda que o PT deve ser um “motor da luta política” e “não apenas um apoiador do governo, mas um agente ativo na construção da governabilidade popular”.
Edinho também selou um acordo nesta 2ª feira (19.mai.2025) para manter a tesoureira do PT, Gleide Andrade, no cargo. Inicialmente, ele não havia se comprometido com integrantes da atual gestão, mas diante da pressão, feita especialmente pela então candidatura do prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, Edinho cedeu. E Quaquá se retirou da disputa, unificando a CNB em torno de um candidato só.
Um ato político com os principais expoentes da CNB será realizado na noite desta 2ª feira, na sede do PT em Brasília. Apesar de já ter registrado sua candidatura, Edinho apresentará uma lista de nomes unificada para o diretório nacional. A eleição do partido será realizada em 6 de julho.