Tendências Consultoria calcula desaceleração do PIB da indústria e dos serviços este ano
O PIB (produto interno bruto) do setor agropecuário crescerá 5% em 2025 e reverterá a queda de 3,2% registrada no ano anterior, segundo projeções enviadas pela Tendências Consultoria com exclusividade ao Poder360.
Apesar da alta, a variação é distante do resultado forte de 2023 (+16,3%). A expectativa é que esse patamar não seja alcançado nos próximos anos. Por exemplo, espera-se uma alta de 2,7% em 2026.
O produto interno bruto é a soma de todas as riquezas produzidas em determinado período. É um dos indicadores mais importantes do desempenho da economia de um setor. Se a variação cresceu, a dinâmica mostra um cenário aquecido.
A recuperação do PIB agropecuário deve ser um dos fatores que puxarão o resultado geral do país para cima, segundo a Tendências. Mesmo assim, a empresa calcula uma desaceleração na economia do Brasil em 2025 –crescimento passará de 3,4% para 1,9%.
Ao detalhar os resultados do agro por Estado, percebe-se uma aceleração mais robusta em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ambos os territórios têm uma presença forte do setor e foram prejudicados no ano anterior com a variação negativa pela baixa nas safras.
As estimativas mostram uma aceleração no PIB agropecuário em 18 unidades da Federação, como se observa no infográfico abaixo:
Um dos que vão desacelerar é o Amapá. O PIB do agro no local teve grande crescimento em 2024 porque a base de produção é pequena e variações positivas trazem aumento percentual.
Em 2025, esse e outros 8 Estados terão queda da atividade do agro na comparação com o ano anterior.
O valor oficial do PIB é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No caso do indicador para as unidades da Federação, o órgão divulga a porcentagem oficial com um atraso de 2 anos. As estimativas da Tendências são calculadas a partir de dados oficiais anteriores.
INDÚSTRIA ESFRIA
O setor tem alta estimada de 1,8% e 0,9% em 2025 e 2026, respectivamente. O resultado será puxado por uma desaceleração da indústria de transformação.
A indústria tem uma relação mais forte com os juros comparados a outros setores. Precisa de mais financiamentos para equipamentos, por exemplo. O Banco Central tem aumentado as taxas para esfriar o consumo e a produção, o que impacta a atividade econômica e tende a reduzir a inflação.
O auge da indústria desde 2001 foi em 2010, quando teve um crescimento de 10,2%. Leia o detalhamento:
SERVIÇOS TAMBÉM DESACELERAM
Espera-se uma expansão inferior de 2025 até 2027 na comparação com 2024. Esse é o setor que mais emprega no país. Ou seja, o esfriamento tem maior potencial de pesar no bolso da maioria dos cidadãos.
ENTENDA O QUE SÃO OS SETORES
Leia abaixo um resumo do que é:
- Agropecuária –produção de alimentos, fibras e matérias-primas (soja, milho, carne, café). É o setor mais exposto ao clima e ao câmbio. Tem papel central nas exportações brasileiras;
- Indústria – transforma matérias-primas em produtos como veículos, eletrodomésticos, aço e cimento. Engloba construção civil, mineração, energia e manufatura. Cria empregos para um público mais especializado;
- Serviços – abrange atividades como comércio, transporte, saúde, educação, tecnologia e setor financeiro. É o maior setor da economia em peso no PIB e no emprego. Depende fortemente do consumo interno e do nível de renda da população.