Vereador do Psol critica PT e possível ida de Boulos ao governo

Vereador do Psol critica PT e possível ida de Boulos ao governo


Roberto Robaina afirma que entrada do deputado na gestão Lula seria um “erro” e aponta impasses nos partidos políticos como causa da crise atual

O vereador de Porto Alegre Roberto Robaina (Psol-RS) afirmou que a esquerda brasileira enfrenta uma crise, principalmente por impasses nos partidos políticos. As declarações foram feitas na 5ª feira (15.mai.2025), durante debate na série de seminários “O futuro da esquerda brasileira”, realizada na FFLCH da Cidade Universitária, em São Paulo, nesta 5ª feira (15.mai.2025).

Robaina, que já integrou o PT antes de ajudar a fundar o Psol, criticou a possibilidade do deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O vereador classificou o movimento como um “erro”.

Robaina reforçou que Boulos construiu uma base eleitoral em São Paulo. Em sua análise sobre o Psol, o vereador indicou que o partido, em seus primórdios, não possuía a “mesma energia social” que o PT tinha. Ele apontou que a principal conquista do Psol foi ter parlamentares com reconhecimento público.

O parlamentar também comentou sobre a saída de Marcelo Freixo do Psol para o PT, caracterizando a mudança como uma “destruição de patrimônio”. Segundo ele, grande parte das discussões sobre a esquerda no Brasil se concentra na experiência do Partido dos Trabalhadores.

“Alguns acham que o PT está uma maravilha, se for comparar com o que temos. A história do Brasil tem elementos trágicos”, afirmou o vereador.

De acordo com o vereador, o PT busca atualmente ocupar o espaço da “burguesia liberal” que anteriormente pertencia ao PSDB. Robaina identificou que o principal desafio da esquerda no momento seria conter o avanço das forças de direita no país.

O evento contou com a participação da professora Virginia Fontes da UFF e mediação do professor Anderson Paiva do IFSP. A série de seminários “O futuro da esquerda brasileira” teve início na 2ª feira (12.mai.2025) e se encerra nesta 5ª feira, depois de 4 dias de debates sobre os rumos dos movimentos e partidos progressistas no cenário político nacional.

Guilherme Boulos é cotado para assumir a Secretaria Geral da Presidência, comandada atualmente por Márcio Macêdo (PT). Uma das principais funções do órgão é coordenar a relação do governo com movimentos sociais.

Boulos tem um bom trânsito com os movimentos mais relevantes. Conta com a simpatia de Lula, que o apoiou na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

O Poder360 mostrou que o presidente queria realizar a troca na secretaria quando voltasse da China. Ele saiu do país asiático em 14 de maio, 1 dia depois da morte do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. O velório mudou os planos do petista, que foi à cerimônia e deixou de lado os compromissos no Brasil. Boulos acompanhou Lula na viagem.

A avaliação do Planalto é que a nomeação do paulista fortaleceria o diálogo entre o governo e os movimentos sociais. Lula busca estreitar a relação com a classe, porque precisa ampliar seu eleitorado para o pleito de 2026 caso decida concorrer à reeleição.

A ida de Boulos para o governo estaria condicionada ao deputado federal apoiar o governo até o fim do mandato. Para isso, não poderia concorrer à reeleição para deputado federal –o petista não quer perder mais ministros.

A indicação de Boulos para o governo federal é mais um capítulo da reforma ministerial, aguardada desde as eleições municipais de 2024. O Partido dos Trabalhadores foi o mais beneficiado.

  • Secom (Secretaria de Comunicação Social) – saiu Paulo Pimenta e entrou Sidônio Palmeira, da cota pessoal do presidente;
  • SRI (Secretaria de Relações Institucionais) – saiu Alexandre Padilha (PT) e entrou Gleisi Hoffmann (PT);
  • Saúde – saiu Nísia Trindade e entrou Padilha;
  • Mulheres – saiu Cida Gonçalves e entrou Márcia Lopes.

Também houve mudança no Ministério das Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil) foi substituído por Frederico de Siqueira, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Nesse caso, a decisão veio depois de Juscelino ser denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por corrupção e desvio de emendas parlamentares.

Outra mudança por caso de escândalo também foi feita. Carlos Lupi pediu demissão da Previdência Social em maio por causa da crise no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Uma investigação da Polícia Federal mostrou que entidades e sindicatos descontaram valores indevidos de benefícios previdenciários. O prejuízo de 2019 a 2024 é estimado em até R$ 6,5 bilhões. Wolney Queiroz assumiu o ministério em seu lugar.

Enquanto isso, o Centrão segue insatisfeito. O grupo reclama que as mudanças ministeriais têm contemplado só o PT, sem contemplar partidos aliados.





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