Opinião: Afonso, de “Vale Tudo”, parece príncipe, mas age como vilão disfarçado de namorado do ano

Opinião: Afonso, de “Vale Tudo”, parece príncipe, mas age como vilão disfarçado de namorado do ano


O namorado de Solange (Alice Wegmann), que a novela empacota como fofo, sensível, educado, é na prática um combo de tudo que dá errado num relacionamento

Na televisão, nem todo vilão precisa usar capa preta ou rir em câmera lenta para fazer estrago. Às vezes, o perigo vem de moletom, com cara de bom moço e discurso doce. É o caso de Afonso, personagem de Humberto Carrão no remake de “Vale Tudo”, que se apresenta como um príncipe moderno — e entrega um combo de passivo-agressividade, egoísmo e manipulação afetiva.

O namorado de Solange (Alice Wegmann), que a novela empacota como fofo, sensível, educado, é na prática um combo de tudo que dá errado num relacionamento: age como vilão disfarçado de namorado do ano.

Sabe aquele cara que não grita, não trai (ainda), não xinga — mas te faz se sentir culpada por absolutamente tudo? Esse é o Afonso. Quando Solange atrasa, ele se ofende. Quando ela tenta se explicar, ele some. Dá o famoso tratamento de silêncio e ainda posa de injustiçado. Isso não é sensibilidade, é manipulação emocional com embalagem de bom moço.

A lista é longa: ele não entende (ou finge não entender) a realidade da Solange, que rala pra pagar boleto enquanto ele vive no modo bilionário. Vive aparecendo de surpresa como se o tempo dela não valesse nada. E quando ela precisa de apoio, ele passa pano pra própria mãe — aquela que trata Solange feito lixo. Isso é romantismo? Ou só ego puro com cara de “eu sou diferente dos outros caras”?

E não para por aí: em breve, ele ainda vai trair a Solange com Maria de Fátima (Bella Campos). Porque claro, o rapaz “maduro” só precisava de uma oportunidade pra mostrar quem realmente é.

No fim, Afonso é aquele clássico caso do “não é sobre o que ele diz, é sobre o que ele faz”. E o que ele faz é chantagem emocional e desrespeito disfarçado de carinho. Um lembrete ótimo de que nem todo embuste grita — alguns sussurram, com voz doce e cara de anjo.



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