Ministro das Relações Exteriores declara que a viagem presidencial à Rússia só trouxe resultados positivos para o Brasil
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse nesta 2ª feira (12.mai.2025) ao Poder360 que as fotos em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece junto de 19 líderes de regimes autoritários —países sem liberdade democrática e com repressão à mídia e à oposição– em Moscou não causam “problema nenhum”.
Na avaliação do chefe do Itamaraty, a presença de Lula no evento era institucional e representava o Brasil na comemoração da vitória dos russos na guerra contra o fascismo.
Vieira disse que o Brasil tem fortes relações comerciais e diplomáticas com a Rússia e que o resultado da visita a Moscou foi “positivo”. Não houve constrangimento.
Lula participou na 6ª feira (9.mai) das comemorações pelos 80 anos da vitória soviética na 2ª Guerra Mundial, ao lado dos 19 autocratas.
Durante o evento, acompanhou um desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou, que exibiu equipamentos militares, parte deles usados na invasão da Ucrânia.
A primeira-dama Janja Lula da Silva também participou do evento, assim como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que preside o NBD (Novo Banco de Desenvolvimento), conhecido como “Banco dos Brics”, desde 2023.
As fotos de Lula causaram incômodo na oposição. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi um dos opositores que se manifestou contra a condução da política externa brasileira. Disse no domingo (11.mai) ser “inacreditável” que o presidente Lula tenha sentado ao lado de autocratas em Moscou.
Flávio é o primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem um histórico de elogios a antigos autocratas da América Latina, dos presidentes-generais da ditadura militar brasileira (1964-1985) a figuras como Augusto Pinochet, do Chile, e Alfredo Stroessner, do Paraguai.
Quando ocupou o Palácio do Planalto, Bolsonaro manteve uma relação próxima com Putin e com outros nomes considerados autocratas, como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a quem já chamou de “irmão”.
O pai de Flávio também já descreveu o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, acusado de envolvimento na morte de um jornalista crítico ao seu regime, como um “quase irmão”.