Brasileiro que vive em Israel relata dificuldades em meio à guerra com o Irã: ‘Está tudo fechado’

Brasileiro que vive em Israel relata dificuldades em meio à guerra com o Irã: ‘Está tudo fechado’


Segundo Marcelo Podgaetz, que mora com a esposa e quatro filhos, produtos básicos como papel higiênico e carne não são encontrados com facilidade e a solução tem sido estocar os alimentos

Jack GUEZ / AFPConflito Irã - Israel
Ataques de Irã têm destruído diariamente diversos prédios; brasileiro vive em um local preparado para resistir a explosões

Morando em Tel Aviv há 26 anos, o brasileiro Marcelo Podgaetz, que vivia em São Paulo e atualmente atua como diretor de vendas em Israel, descreve uma cidade que, mesmo acostumada a conviver com conflitos, vive agora uma tensão constante desde o início da guerra com o Irã. Segundo ele, a mudança mais visível está no dia a dia: uma rotina marcada por sirenes, abrigos e a necessidade de estar sempre alerta. “Está tudo muito diferente, como na época da Covid-19. Está tudo fechado. Só tem supermercado, serviços de emergência e farmácias abertos. Não tem shopping e não pode ir à praia”, disse em entrevista à Jovem Pan.

Marcelo Podgaetz

Marcelo conta que a população recebe um alerta em seus celulares minutos antes, para que assim, possam se abrigar em seus bunkers

 

Um dos maiores desafios que os civis têm enfrentado é a falta de mercadorias nos supermercados. Segundo Marcelo, que mora com a esposa, também brasileira, e mais quatro filhos, produtos básicos como papel higiênico e carne não são encontrados com facilidade neste momento. “Até ontem não tinha nem frango, nem carne. A gente tenta às vezes ir em três ou quatro supermercados, mas a resposta é a mesma, porque quando chega o abastecimento logo vão vários em cima”. A solução encontrada pela família é estocar os alimentos. 

Em relação aos ataques, Marcelo conta que a população recebe um alerta em seus celulares minutos antes, para que assim, possam se abrigar em seus bunkers, estruturas construídas no subsolo, geralmente de concreto e aço, projetadas para oferecer proteção contra esse tipo de ameaça. “Toda a população recebe no celular uma mensagem para ficar em estado de alerta e se manter perto de um bunker. Esses minutos que a gente ganha são o suficiente para todo mundo sobreviver”.

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Apoio dos civis

Na visão de Marcelo, a população de Israel é “100%” a favor da ação militar contra o governo do Irã, mas não contra os civis, já que, segundo ele, a relação entre os dois povos é “maravilhosa”. Em contraste, o brasileiro afirma que o Irã ataca civis. “Eles não avisam onde vão atacar, eles atacam 90% dos povos.” Ele completa dizendo que os israelenses poderiam atacar os civis, mas que optaram por não atacar. 

“A gente não interesse nenhum de machucar o país. A gente quer somente que parem com o enriquecimento do urânio. Irã, infelizmente, em vez de investir o dinheiro na economia, investiu em armamento.” O brasileiro ainda afirma que o objetivo de Israel é defender a democracia do mundo. “Israel fez isso para se defender não só contra o Israel, mas contra o terrorismo internacional e defender a democracia não só daqui, mas do mundo.”

Início dos ataques 

Israel iniciou sua ofensiva contra a República Islâmica na quinta-feira (12) – sexta-feira (13) no horário local -, bombardeando instalações militares e nucleares no país em ataques que deixaram dezenas de mortos e centenas de feridos.





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