Quitéria Chagas celebra mulheres negras sambistas e revela próximos projetos 

Quitéria Chagas celebra mulheres negras sambistas e revela próximos projetos 


A rainha de bateria da Império Serrano, Quitéria Chagas, representa muito para as mulheres pretas. Em entrevista à reportagem do portal LeoDias, ela falou como as mulheres pretas sambistas são subestimadas intelectualmente e também revelou seus próximos projetos. A rainha de bateria ainda comentou sobre seu livro que será relançado na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, nesta semana.

Durante muito tempo, as mulheres pretas do samba foram tratadas como imagem – corpo, visual, sensualidade – como se não tivéssemos pensamento, história ou protagonismo. Isso é um erro cultural que vem sendo reproduzido por décadas. No meu caso, vivi isso de perto… Era como se a gente não tivesse nada a dizer

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A também atriz, psicóloga e escritora está com vários projetos para continuar e outros para estrear nos próximos meses. Ela pretende ampliar o trabalho como palestrante.

“O samba é o maior movimento de empreendedorismo cultural do Brasil, e o corpo da mulher sambista também comunica, é parte dessa construção. Uma das minhas propostas é levar esse debate para mais espaços, porque a história do samba é muito mais profunda do que o estereótipo da ‘festa da carne’ que criaram pra deslegitimar a cultura negra”, detalhou ela.

Além das palestras, Quitéria voltou a atuar. Sua reestreia foi uma participação no último episódio do programa “Tô de Graça”, com Rodrigo Sant’Anna, na Globo. Ela ainda tem uma missão nas redes sociais: o “Fala Rainha”, onde entrevista personalidades e fala sobre temas que vão além do samba.

Autobiografia e bienal

Quitéria Chagas se dedicou a escrita da autobiografia intitulada “Quitéria Chagas- do Carnaval para o mundo: a rainha que quebrou barreiras”. Ela explicou o que a motivou:

“Foi a vontade de contar minha própria história, do meu jeito. É uma trajetória que tem importância pra cultura do samba, pra luta das mulheres e pro empoderamento feminino. Eu protagonizei momentos importantes e, muitas vezes, fui a primeira a fazer coisas que ninguém falava ou enfrentava naquela época, como a primeira rainha de bateria a me posicionar contra a venda do cargo, numa época em que tudo era velado. As mulheres saíam das escolas e ficavam em silêncio, com medo de dizer por que saíram. Eu não. Eu falei. Sempre defendi que a rainha deve ser reconhecida como uma profissional do samba, respeitada e valorizada, porque ela engrandece o espetáculo.”

Além do Carnaval, a rainha fala de maternidade, atuação como doula, luta pela humanização do parto, contra a violência obstétrica, casamento, a perda do marido, a criação da filha, formação em psicologia entre outros assuntos.

No próximo dia 21, Quitéria fará o relançamento da obra na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, um momento que representará emoção:

“Não só por estar ali como autora, mas por ser a primeira rainha de bateria a entrar nesse espaço pra autografar um livro e falar da própria história. Isso representa muita coisa. Estar na Bienal tem esse peso histórico. É um marco. É dizer que nós, mulheres do samba, também escrevemos, também pensamos, também temos o que contar. E estar ali, com o público, mostrando que é possível, é muito poderoso”, finalizou.



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