Dos principais bancões, só Santander teve alta na carteira abaixo de 10%; instituições públicas emprestaram mais que as privadas no período
O Banco do Brasil e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lideraram a expansão do crédito no 1º trimestre de 2025 entre as principais instituições financeiras do país.
O BB elevou a carteira de crédito de R$ 1,12 trilhão para R$ 1,28 trilhão em 1 ano –alta de 14,4%. O BNDES passou de R$ 520 bilhões para R$ 590 bilhões, com crescimento de 14,2%.
Os demais bancos também tiveram crescimento robusto no crédito, acima de 10%, com exceção do Santander (4,3%), como mostra o infográfico abaixo:
A carteira de crédito é o somatório de todos os empréstimos realizados em um determinado período. Geralmente é dividida entre as categorias empresarial e pessoal.
Juntos, os bancos estatais acumularam uma carteira de R$ 3,14 trilhões no 1º trimestre. A expansão anual conjunta foi de 12,84%.
As instituições privadas cresceram menos: 10,8% no período.
O Banco Central tem aumentado os juros na tentativa de frear o crescimento acelerado e controlar a inflação (alta nos preços). A taxa básica, a Selic, está em 14,75% ao ano –um patamar elevado.
O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não crescer de forma tão rápida. Os efeitos, entretanto, só são observados a longo prazo.
INADIMPLÊNCIA: ⬆️ NOS BANCOS PÚBLICOS
O Banco do Brasil e a Caixa apresentaram alta na inadimplência acima de 90 dias. Isso significa que mais clientes estão com pagamentos de empréstimos em atraso no 1º trimestre de 2025.
Esse cenário tende a pressionar os juros cobrados pelos bancos, que precisam compensar os calotes com taxas mais altas.
A taxa de inadimplência acima de 90 dias mede o percentual de dívidas com pagamento atrasado há mais de 3 meses. É usada principalmente pelos bancos para avaliar a qualidade de crédito.
No fim de março, o BB registrava inadimplência de 1,3%. A Caixa, 2,5%. Leia o detalhamento no infográfico:
Os bancos privados Bradesco e Itaú apresentaram queda no indicador. O BNDES, historicamente, mantém a inadimplência abaixo de 1%.
PRIVADOS EXPANDEM MAIS O LUCRO
Bradesco, Santander e Itaú somaram R$ 20,3 bilhões em lucro líquido contábil no 1º trimestre. A alta em relação ao mesmo período de 2024 foi de 18,3%.
Os estatais cresceram menos: 10,1%. O resultado foi puxado para cima pelo lucro da Caixa, que disparou 133,9%. Já o Banco do Brasil influenciou negativamente, com retração de 22,9% no período.