Arieli Pinheiro dos Santos desapareceu, aos 13 anos, e sua família vive há sete anos com a dor e angustia de não saber o paradeiro da garota. Sem novas provas, as investigações estão paradas.
A reportagem desta sexta-feira (13), da série “Desaparecidos”, mostra quando a polícia suspende as investigações por falta de novas provas.
“Você fica ali pensando o que será que tá acontecendo, o que que aconteceu. Só Deus sabe o que passa no coração da gente. Só quem está passando sabe como é difícil. Às vezes nem durmo direito”, diz a mãe da jovem, Elissandra Pinheiro dos Santos.
Arieli sumiu depois de receber uma mensagem no celular e sair pelo portão da casa da avó, em Artur Nogueira, interior de São Paulo. “Minha mãe sentiu falta, mandou meu sobrinho procurar ela. Chegou lá fora, ela já não estava mais. E nunca mais tivemos notícia”, conta a mãe.
Na época do ocorrido, o caso mobilizou a cidade. Familiares, amigos e moradores organizaram buscas, fizeram cartazes e saíram pelas ruas. “A gente procurava até no mato. Falavam que ela estava no meio do mato e a gente ia atrás. Chegava lá, não era nada”, lembra Elissandra. “É uma cidade pequena. Como ninguém viu nada? Como ninguém sabe de nada?”
Investigação
A duração de uma investigação de desaparecimento não tem um tempo exato e depende de fatores externos, como por exemplo: gravidade do caso, complexidade e disponibilidade de recursos.
Segundo a Polícia Civil, casos de desaparecimento são tratados por meio do PID (Procedimento de Investigação de Desaparecimento). Esse processo começa com o boletim de ocorrência e é revisado internamente a cada três meses. No entanto, sem novas informações, os casos ficam parados.
Embora esse seja o procedimento padrão, se ao longo da investigação apareçam informações que o desaparecimento tenha relação com algum tipo de crime, como homicídio ou ocultação de cadáver, o PID é substituído por um Inquérito Policial – que também não tem prazo para acabar.
Não são raros, ao longo desses 15 anos que nos estamos a frente desse trabalho, que nos instauramos inquérito que começou pelo PID, que se convolou para inquérito policial para apurar o crime de homicídio
explicou o delegado Rui Pegolo
E agora?
No caso de Arieli, a policia informou aos parentes que o caso está parado devido a falta de pistas que indiquem o que aconteceu com a garota.
Eles procuraram, eles iam atrás, algumas pessoas ligavam para gente e falavam que ela estava em um lugar. Nos avisávamos e eles iam, mas depois disseram que não fava mais para dar seguimento no caso porque não tinha novas informações
Elissandra Pinheiro dos Santos
Embora o delegado Rui Pegolo não tenha participado das investigações sobre o desaparecimento de Arieli, ele diz que a Polícia Civil busca esgotar os meios de investigação. Quando isso acontece, o caso fica em ‘stand-by’.
“Quando a Polícia Civil esgota os meios de investigação, ela sai da proatividade e começa a enfrentar uma tentativa de notícia por parte da família, um fato novo. O caso fica em stand-by, praticamente arquivado, mas fica aguardando uma nova prova, uma nova notícia”.
Plataforma
A EPTV e o acidade on lançaram nesta segunda-feira (9) uma plataforma para divulgar informações sobre desaparecidos na área de cobertura do Grupo EP. Essa é a única página na internet com esse tipo de serviço aqui no estado de São Paulo.
Famílias ou conhecidos que tem casos de entes próximos que desapareceram podem usar a plataforma para reportar esse tipo de situação. A iniciativa está disponível para as praças de Araraquara, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto e São Carlos.
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Além de informações sobre pessoas desaparecidas, também é possível conferir na página reportagens de serviços como, por exemplo, o programa que integra câmeras de monitoramento das prefeituras ao banco de dados do estado para ajudar a encontrar quem está desaparecido.
Todo conteúdo pode ser encontrado no https://www.acidadeon.com/desaparecidos/.
Série Desaparecidos
Com o lançamento da plataforma, o EPTV1 está exibindo uma série de reportagens especiais com histórias de pessoas que buscam informações de familiares que sumiram de uma hora para outra e que vivem o drama da espera por notícias, e a esperança do reencontro, de um final feliz.
Já o EPTV2 vai contar com reportagens de serviço e orientações voltadas para os familiares e conhecidos dos desaparecidos, como, por exemplo, qual é o procedimento necessário para reportar às autoridades esse tipo de situação.
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