Avaliação operacional do equipamento para perfuração na Margem Equatorial é a última etapa para emissão da licença ambiental
A Petrobras informou na 5ª feira (12.jun.2025) que a sonda NS-42, que será usada na perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, chegará ao Amapá em 29 de junho. A comunicação foi enviada pela estatal ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no mesmo dia. O equipamento partirá no sábado (14.jun.2025) em direção à Margem Equatorial.
Quando a sonda chegar ao Amapá, a Petrobras realizará a APO (avaliação pré-operacional) do equipamento. O procedimento representa a etapa final antes da decisão sobre a emissão da licença ambiental pelo Ibama.
A APO consiste em uma simulação da perfuração que permitirá ao órgão ambiental analisar as respostas da estatal a possíveis emergências, como vazamentos de óleo na região. A sonda, também conhecida como ODN 2, pertence à empresa Foresea.
A embarcação já deixou a Baía de Guanabara, no Rio, onde passou por limpeza do casco. Atualmente, encontra-se em Cabo Frio (RJ) para carregamento de materiais necessários à operação.
A estatal também comunicou que iniciará em 16 de junho o 2º ciclo do projeto de monitoramento de desovas de tartarugas marinhas. Esta atividade integra o plano ambiental relacionado à perfuração do poço no bloco.
O Ibama ainda não confirmou a emissão da licença ambiental para o projeto. A autorização dependerá dos resultados da avaliação pré-operacional que será realizada quando a sonda chegar ao local designado.
MPF aciona Justiça
O MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação na Justiça Federal do Pará na 5ª feira (12.jun) para suspender o leilão de 47 blocos para exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas.
O certame da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) está marcado para a próxima 3ª feira (17.jun).
O MPF solicita que a Justiça só autorize o leilão depois do cumprimento de 4 exigências. São elas:
- estudo de impacto climático;
- avaliação ambiental de área sedimentar;
- levantamento sobre povos e comunidades tradicionais;
- consulta prévia aos grupos que possam ser afetados.
A ação do órgão defendeu que explorar petróleo na região vai na contramão da emergência climática e dos compromissos firmados pelo Brasil, como o Acordo de Paris. Disse que promover o leilão sem considerar os impactos climáticos é algo “cientificamente insustentável, legalmente indefensável e moralmente injustificável”.
“A área é lar de uma imensa quantidade de comunidades e povos tradicionais, cuja sobrevivência e modo de vida estão diretamente ligados aos ecossistemas costeiros”, afirmou o MPF.