Pedido foi formalizado por carta enviada nesta sexta-feira (13) ao presidente do UNSC; escalada na tensão entre os países aumenta o risco de um conflito regional ainda maior

O governo do Irã solicitou nesta sexta-feira (13) uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) após acusar Israel de realizar uma série de ataques a instalações nucleares e a oficiais militares em seu território. A ofensiva eleva drasticamente a tensão no Oriente Médio e coloca a comunidade internacional em alerta para uma possível escalada do conflito. Em uma carta formal enviada à ONU, a missão permanente iraniana classificou os ataques como uma “declaração de guerra” e uma “violação grave da soberania iraniana”. O documento afirma que os bombardeios atingiram instalações estratégicas, incluindo o complexo nuclear de Natanz, e resultaram na morte de altos oficiais militares e cientistas ligados ao programa nuclear do país. Teerã exige que o Conselho de Segurança tome “medidas imediatas e decisivas” e responsabilize Israel pela “agressão”.
Segundo o Irã, os ataques teriam contado com o apoio dos EUA, embora autoridades americanas, como o secretário de Estado Marco Rubio, neguem envolvimento direto. A Casa Branca e o Departamento de Estado estão monitorando a situação de perto. Para o especialista em Relações Internacionais e pesquisador de Harvard, Vitelio Brustolin, uma retaliação por parte do Irã é praticamente inevitável para que o regime mantenha sua credibilidade interna e externa. “O Aiatolá jurou uma resposta. O que Israel fez é um golpe pesadíssimo, liquidando líderes da Guarda Revolucionária e atacando o programa nuclear”, analisou Brustolin.

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No entanto, a capacidade de resposta do Irã é uma incógnita. Ataques anteriores com drones iranianos foram majoritariamente interceptados por Israel antes de atingirem seus alvos. Segundo o especialista, a questão agora é avaliar o real dano causado à capacidade militar iraniana, incluindo seu arsenal de mísseis. A crise já se configura como uma guerra regional, com o risco de se fundir com outros conflitos globais, como o da Ucrânia, e evoluir para um confronto de proporções mundiais. A Rússia, aliada histórica do Irã, já se posicionou, criticando a ofensiva israelense. “A Rússia tem interesse em que o Irã se fortaleça e seja uma ponta de lança no Oriente Médio”, explicou Brustolin, destacando também o interesse da China na estabilidade da região. Apesar da pressão internacional sobre Israel, nenhum país, incluindo as potências europeias e vizinhos como Arábia Saudita e Turquia, tem interesse que o Irã desenvolva armas atômicas. O programa nuclear iraniano, que enriquece urânio a 90% — nível necessário para a produção de bombas —, é o principal foco da preocupação global e o estopim da atual crise.
*Com informações de Eliseu Caetano
*Reportagem produzida com auxílio de IA