Número de deslocados pela guerra, violência e perseguição atingiu o recorde de 123,2 milhões no final de 2024, mas caiu para 122,1 milhões no final de abril deste ano

O número de pessoas deslocadas à força em todo o mundo registrou uma leve queda na comparação com o recorde, mas continua “insustentavelmente elevado”, com a Venezuela liderando a lista mundial de refugiados e pessoas necessitadas de proteção internacional, alertou a ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quinta-feira (12). O número de deslocados pela guerra, violência e perseguição atingiu o recorde de 123,2 milhões no final de 2024, mas caiu para 122,1 milhões no final de abril deste ano. “O número de deslocados é atualmente o triplo do número de 2011 e demonstra uma profunda crise global” em torno “da proteção de civis”, alertou Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados (NRC, na sigla em inglês), uma importante organização humanitária presente em cerca de 40 países. As principais causas dos deslocamentos forçados continuam sendo os grandes conflitos: Sudão, Mianmar e Ucrânia.

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“Estamos vendo muitos países se fechando e cortando drasticamente o financiamento humanitário (…) Há governos gastando em armas recursos que deveriam ser investidos nos refugiados e na proteção dos mais vulneráveis”, explicou Egeland. O Acnur, no entanto, advertiu que a evolução dos grandes conflitos em todo o mundo determinará se o número voltará a aumentar. O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) destaca em seu relatório anual que esta ligeira queda se deve aos quase dois milhões de sírios que conseguiram retornar para suas casas após a queda do regime do presidente Bashar al Assad e mais de uma década de guerra. Esse fator na Síria, somado à queda no número de refugiados afegãos, faz da Venezuela o país com o maior número combinado de refugiados e pessoas necessitadas de proteção internacional, com 370,2 mil e 5,9 milhões, respectivamente, ao final de 2024, segundo o Acnur. Esse número é 2% maior do que em 2023.
A maioria desses venezuelanos está na América Latina, principalmente na Colômbia (que, com 2,8 milhões de habitantes, é o terceiro país do mundo com a maior população de refugiados), seguida pelo Peru (1,1 milhão), Brasil (605,7 mil), Chile (523,8 mil) e Equador (441,6 mil). Nos Estados Unidos, a maioria dos pedidos de asilo foi de venezuelanos (116,7 mil). O Acnur destacou que os venezuelanos foram a segunda nacionalidade a apresentar o maior número de pedidos de asilo no ano passado, com 268.100. Os colombianos ficaram em quarto (149.500) e os sudaneses lideraram a lista (441.400). No primeiro semestre de 2024 (últimos dados disponíveis), os Estados Unidos receberam um total de 729.100 pedidos de asilo. A maioria veio de países da América Latina e do Caribe, principalmente venezuelanos (116.700), colombianos (79.300), mexicanos (54.000) e haitianos (46.600).
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula