Ministério Público denuncia Bruno Henrique por manipulação

Ministério Público denuncia Bruno Henrique por manipulação


Atacante do Flamengo é acusado de receber cartão propositalmente em partida contra o Santos

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi denunciado na 4ª feira (11.jun.2025) pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) por fraude esportiva e estelionato. 

A denúncia inclui outras 8 pessoas, entre elas o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior.

Segundo o MPDFT, o jogador teria agido intencionalmente para receber um cartão durante partida entre Flamengo e Santos pelo Campeonato Brasileiro de 2023, disputada no estádio Mané Garrincha, em Brasília. 

A investigação diz que Bruno Henrique informou previamente seu irmão sobre a intenção de cometer uma infração durante o jogo realizado em 1º de novembro de 2023.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) descobriu que Wander realizou apostas baseadas nessa informação privilegiada e compartilhou o plano com outras pessoas que também foram denunciadas.

A denúncia foi fundamentada em conversas encontradas nos aparelhos celulares do jogador e de seu irmão, apreendidos durante operação realizada em novembro de 2024. A perícia técnica revelou trocas de mensagens consideradas comprometedoras pelas autoridades.

Além de Bruno Henrique e Wander, a lista de denunciados inclui Ludymilla Araújo Lima (cunhada do jogador), Poliana Ester Nunes Cardoso (prima), Claudinei Vitor Mosquete Bassan (conhecido de Wander), Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis e Max Evangelista Amorim.

O MPDFT solicita que os acusados paguem uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais coletivos relacionados aos crimes. Para Bruno Henrique, foi estabelecida fiança de R$ 2 milhões para “assegurar o seu comparecimento aos autos do processo e como forma de evitar a obstrução do andamento judicial ou, ainda, a resistência injustificada à ordem judicial”.

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) havia arquivado inicialmente a investigação na esfera esportiva, mas reabriu o caso após o surgimento de novos elementos na Justiça comum. Bruno Henrique prestou depoimento ao tribunal esportivo em 29 de maio de 2025. O STJD tem prazo de 60 dias para decidir se apresentará denúncia contra o atacante.

O Tribunal de Justiça do DF analisará o caso e decidirá sobre o recebimento da denúncia criminal. A data desta decisão ainda não foi divulgada.

Em maio deste ano, a defesa de Bruno Henrique solicitou a anulação do processo na Justiça do DF. O Flamengo informou que não se manifestará sobre o caso. A defesa do jogador divulgou nota criticando a denúncia, classificando-a como “inteiramente insubsistente” e “manifestamente aproveitadora”, argumentando que foi apresentada na mesma data da divulgação da lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta Bruno Henrique.

Em novembro passado, após a conquista da Copa do Brasil, Bruno Henrique negou envolvimento com a suposta manipulação: “Sim (sou inocente). Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. Minha vida, minha trajetória, desde quando comecei a jogar futebol…Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso. As pessoas que estão aí nessa batalha comigo, eu só peço que a justiça seja feita e separar fora de campo com dentro de campo”.

O MPDFT argumenta que a suposta manipulação representa uma afronta à integridade e à ética esportiva. O documento afirma que as ações dos denunciados violaram o direito do consumidor e causaram descrédito ao futebol, considerado pelo Ministério Público como patrimônio cultural do Brasil.

O órgão tentou estabelecer acordos de não persecução penal com alguns dos denunciados, mas os termos propostos não foram aceitos, resultando na formalização da denúncia. Para Bruno Henrique, tal acordo não foi oferecido, pois o MPDFT entendeu que essa medida não seria suficiente para prevenir os crimes em questão.





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