Líder do PL deve conversar com presidente da CCJ sobre Zambelli

Líder do PL deve conversar com presidente da CCJ sobre Zambelli


Declaração vem depois de Hugo Motta anunciar que perda de mandato de Zambelli será votada no plenário

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou nesta 5ª feira (12.jun.2025) que pretende conversar com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Paulo Azi (União Brasil-BA), e com outros líderes partidários para tentar impedir a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ela deixou o Brasil e foi para a Itália depois de ser condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2023.

A declaração do líder do PL vem depois que o presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou na 3ª feira (10.jun) que a decisão sobre a perda de mandato de Zambelli será submetida à votação no plenário.

Sóstenes disse que ainda não sabe quando falará com Azi, mas que o encontro deve ser realizado “ao longo do dia”. O congressista do PL falou a jornalistas depois da reunião entre líderes partidários nesta 5ª feira (12.jun).

Segundo ele, a conversa deve tratar da tramitação do caso e da possibilidade de aceleração na análise do processo.

Para que a congressista perca o mandato, serão necessários 257 votos favoráveis. Motta recuou do posicionamento que havia adotado na 2ª feira (9.jun), quando declarou que “não cabia” aos congressistas votar a cassação da deputada.

CASO CARLA ZAMBELLI

Em 14 de maio, a 1ª Turma do STF condenou Zambelli, por unanimidade, a 10 anos de prisão, além da perda de mandato, por falsidade ideológica.

Ela e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, tentaram invadir o sistema do CNJ para emitir um mandado de prisão para o ministro Alexandre de Moraes, como se ele mesmo tivesse determinado a própria prisão.

Segundo as investigações, a invasão foi executada por Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da deputada. O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.

Zambelli declarou que havia deixado o Brasil em 3 de junho. Inicialmente, ela foi aos EUA. No dia seguinte, Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva e a suspensão das redes sociais de Zambelli.

O nome da congressista foi acrescentado à lista vermelha da Interpol em 5 de junho, a pedido de Moraes. Com isso, ela passou a ter o nome divulgado como foragida internacional e pode ser presa no exterior.

Em 6 de junho, a deputada disse à CNN Brasil que pretende se apresentar voluntariamente às autoridades italianas. No mesmo dia, a 1ª Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso da congressista contra a condenação.


Esta reportagem foi escrita pela estagiária de jornalismo Isabella Luciano sob a supervisão da editora-assistente Isadora Albernaz.





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