O presidente Lula reagiu às novas cobranças por cortes de gastos feitas pelo Congresso Nacional. Em discurso nesta quinta-feira (12), ele criticou o que chamou de pressão dos setores mais ricos da sociedade e rejeitou a ideia de reduzir despesas públicas para atingir metas fiscais.
“Aí vocês veem os empresários brigando, os banqueiros, dizendo que o governo está gastando demais, esse governo dá Bolsa Família demais, […] esse governo gasta muito com pobre”, afirmou Lula, durante evento em Mariana (MG).
Em 2024, governo também foi pressionado, mas acabou cedendo ao Congresso.Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress
O presidente disse que o tratamento é desigual quando se trata de recursos para diferentes faixas da população. “Vocês sabem quanto que nós gastamos com os ricos? […] R$ 860 bilhões. É 4 vezes o Bolsa Família. Agora, o que a gente dá para eles é investimento, o que a gente dá para vocês é gasto”.
Lula também declarou: “Eu não fui eleito para fazer benefício para rico. Eu quero que eles ganhem o que eles têm direito”. Em sua fala, reforçou que tem “obrigação moral, ética e política de cuidar do povo que mais precisa”.
Pressão no Congresso
A reação do presidente ocorre no momento em que a Câmara dos Deputados tenta barrar um decreto presidencial que muda as regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O texto consiste em uma versão “suavizada” de outro decreto de aumento geral do IOF, e foi apresentado junto a uma medida provisória com a previsão de outras fontes de receita, mas a resistência no Congresso se manteve. Líderes da Câmara cobram do governo uma proposta de ajuste fiscal que inclua cortes robustos de despesas no lugar da criação de impostos.
Pressão anterior
Esta não é a primeira vez em que o governo Lula é cobrado a respeito da redução de gastos. Em 2024, o governo também foi alvo de críticas por adotar medidas fiscais baseadas na arrecadação, sem cortes expressivos de despesas. À época, Lula resistiu à redução de gastos, mas acabou cedendo. Um pacote com propostas do Executivo foi enviado ao Congresso e aprovado no fim do ano.
Leia mais: entenda as propostas de ajuste fiscal apresentadas pelo governo.