Relator ‘alternativo’ da CPI das Bets, senador Izalci Lucas defende mudança radical na regulamentação do setor

Relator ‘alternativo’ da CPI das Bets, senador Izalci Lucas defende mudança radical na regulamentação do setor


Soraya Thronicke apresentou seu relatório nesta terça-feira, pedindo indiciamento de 16 pessoas; votação não deve ocorrer nesta terça-feira (10)

Waldemir Barreto/Agência SenadoSoraya Thronicke e Izalci Lucas
Soraya Thronicke é a relatora da CPI das Bets, mas Izalci Lucas deve apresentar relatório alternativo

Nesta terça-feira (10), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga irregularidades no setor de apostas online, encerrou seus trabalhos no Senado Federal com a apresentação do relatório final da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). A reunião começou às 10h e ainda está em andamento. O senador Izalci Lucas (PL-DF), que deverá apresentar um relatório alternativo, defende uma mudança radical na regulamentação do setor. “Sugiro mudar 100% do que está acontecendo hoje”, afirmou em entrevista recente. A votação não deve ocorrer ainda hoje. As atividades da comissão estão previstas para terminar neste sábado (14).

Entre as principais críticas, estão a falta de fiscalização, a regulação deficiente, a publicidade excessiva — especialmente por influenciadores digitais — e o impacto social das apostas. Segundo Izalci, “não podemos admitir jogos com programa do Bolsa Família“. Uma análise técnica do Banco Central mostrou que, em 2024, cerca de 5 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família transferiram cerca de R$ 3 bilhões para empresas de apostas via Pix, evidenciando o peso social da exploração do jogo online. O senador também pediu que o Banco Central assuma um papel ativo na fiscalização das transações financeiras do setor, que atualmente ocorre sem supervisão adequada por parte do governo. Além disso, sugeriu limites rigorosos para a publicidade, que muitas vezes induz ao erro e exacerba o vício, com destaque para propagandas feitas por influenciadores digitais.

A CPI das Bets ouviu 19 pessoas durante 20 reuniões, analisou suspeitas de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e associações criminosas, e coletou dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e das polícias federal e civil de diversos estados. O relatório final recomendou indiciamentos e encaminhamentos ao Ministério Público e à Polícia Federal.

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Pressões fiscais e a necessidade de eficiência do Estado

Enquanto a CPI das Bets avança na regulação do setor, o Brasil enfrenta um momento delicado no cenário fiscal. Recentemente, uma coalizão parlamentar ligada ao setor produtivo lançou um manifesto em que critica o aumento contínuo da carga tributária e pede uma reforma administrativa urgente, com foco na eficiência e redução dos gastos públicos. O manifesto denuncia a “escalada tributária” promovida pelo governo, com elevação de impostos que prejudica o investimento, a geração de empregos e o crescimento econômico.

A cobrança é por um Estado mais enxuto, menos burocrático e que não onere ainda mais os cidadãos e empresas. Assim como na questão das apostas, o desafio é equilibrar a arrecadação com o impacto social e econômico das políticas públicas. Para parlamentares como Izalci Lucas, que atuam tanto na CPI das Bets quanto nas discussões fiscais, a resposta está em maior controle, transparência e responsabilidade por parte do Estado. “Não podemos continuar a ser a fonte inesgotável para cobrir a ineficiência do Estado, seja com impostos ou explorando a vulnerabilidade das pessoas através do jogo online”, declarou o senador.





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