General Paulo Sérgio afirma que Walter Delgatti mentiu ao afirmar que participou de reuniões no Ministério da Defesa
Após o interrogatório de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte ouviu o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, mais um réu do inquérito que investiga a trama golpista comandada por Bolsonaro e aliados para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Paulo Sérgio comentou sobre o hacker Walter Delgatti, que foi apresentado ao ex-presidente como alguém capaz de provar fraudes nas urnas eletrônicas.
“Eu estou entalado com este assunto desde a CPI, ministro. Eu estava embarcando para Belém, estava taxiando quando o telefone tocou e era o presidente Bolsonaro: ‘Paulo Sérgio, estou mandando aí, como coronel Câmara, um técnico para que você converse e veja o que ele tem para acrescentar, se é que tem alguma coisa para acrescentar’. Eu liguei na mesma hora para o meu assessor, não me lembro quem, e disse: ‘Fique aí que o coronel Câmara vai chegar com um técnico”, conta.
Veja as fotos
Apesar de confirmar a ligação de Bolsonaro, Paulo Sérgio destaca que não tinha conhecimento sobre quem seria o técnico enviado para falar com ele, mas que foi informado a respeito ao chegar para a reunião. “Ele não saiu da sala de visitas, mas esse cidadão teve o descaramento de dizer na CPI que participou, entre 4 a 5 vezes, de reuniões no Ministério da Defesa”, afirma.
De acordo com o ex-ministro, Walter Delgatti “não passou 15 minutos dentro do ministério”. Ao ser questionado por não indagar Jair Bolsonaro por enviar Delgatti ao Ministério da Defesa, Paulo Sérgio confirma que apesar de não questionar a atitude de Bolsonaro chegou a questionar a atitude ao coronel Câmara, quem levou o hacker até a Esplanada.