O brasileiro estava entre os 12 ativistas na embarcação, que também contava com a sueca Greta Thunberg
A notícia envolvendo a interceptação de um barco de ajuda humanitária em direção à Faixa de Gaza na noite do último domingo (8/6) está dando o que falar. Acontece que o brasileiro Thiago Ávila estava entre os 12 ativistas na embarcação, que também contava com a sueca Greta Thunberg.
O anúncio dessa situação foi feito por meio de vídeos pré-gravados, que foram liberados por familiares e apoiadores dos ativistas assim que o grupo perdeu o contato. O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que a interceptação aconteceu pouco depois de as imagens ganharem enorme repercussão.
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“Todos os passageiros do ‘iate das selfies’ estão seguros e ilesos. Foram providenciados sanduíches e água para eles. O espetáculo acabou”, declarou o Ministério em publicação no X. Thiago Ávila, o brasileiro de 38 anos, tentava levar medicamentos e comida com os outros ativistas.
Dedicado à ajuda humanitária, Thiago conta com mais de 750 mil seguidores em suas redes sociais e é membro da Freedom Flotilla Coalition (FFC), que presta ajuda para a população da Faixa de Gaza. Nos últimos dias, o brasileiro compartilhou detalhes do seu trajeto para quebrar o cerco de Israel.
“Nós estamos para ser atacados pelo mais cruel e odioso exército do mundo”, afirmou o rapaz em um vídeo publicado há mais de 14 horas. “Nós estamos sendo atacados”, acrescenta ele nas publicações seguintes. Horas depois, sua conta no Instagram passou a ser controlada por familiares.
“Se você está assistindo a este vídeo, quer dizer que fui detido ou sequestrado por Israel ou outra força cúmplice no Mediterrâneo, em nosso caminho para a Faixa de Gaza para romper o cerco”, declarou Thiago Ávila em um material gravado previamente.
Esposa de Thiago Ávila publicou uma mensagem sobre a situação
Lara, com quem o ativista é casado e tem uma filha de 1 ano, apareceu para pedir a ajuda dos internautas para cobrar o retorno do marido. A assessoria de imprensa do rapaz também publicou uma denúncia sobre o sequestro e ressaltou que essa é uma “violação do direito marítimo e humanitário”.
“A Flotilha da Liberdade denuncia a interceptação ilegal da embarcação Medleen, que partia em missão humanitária rumo à Faixa de Gaza com alimentos e suprimentos médicos para a população palestina cercada e em situação crítica.
Entre os tripulantes estavam a ativista sueca Greta Thunberg, reconhecida mundialmente por sua atuação em defesa do clima e dos direitos humanos, e o brasileiro Thiago Ávila, militante de justiça climática e integrante de movimentos sociais latino-americanos. O barco foi violentamente abordado por forças navais de Israel em águas internacionais, em clara violação do direito marítimo e humanitário. Desde então, toda comunicação com a tripulação foi cortada, e os ativistas estão desaparecidos sob custódia do exército israelense, em um ato que configura sequestro de civis em missão humanitária.
Condenamos com veemência este ataque contra defensores dos direitos humanos e da vida, e exigimos a imediata libertação dos tripulantes, a restituição da embarcação Madleen e a entrega da ajuda humanitária ao povo palestino. A Flotilha da Liberdade reafirma seu compromisso com a solidariedade internacional, com a justiça e com o fim do bloqueio ilegal à Faixa de Gaza”.
Nesse primeiro momento, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil compartilhou uma nota nesta segunda-feira (9/6) afirmando que está acompanhando a detenção realizada pela marinha de Israel.