Pesquisa mostra como camundongos machos podem desenvolver características femininas durante a gestação
Após oito anos de estudos, pesquisadores da Universidade de Queensland descobriram um fator supostamente capaz de alterar o sexo biológico dos bebês ainda na gestação. Em testes feitos com camundongos, foi observado que a deficiência de ferro nas mães roedoras pode provocar a inversão do sexo dos embriões de masculino para feminino.
Assim como nas gestações humanas, o sexo dos camundongos é definido pelos cromossomos: XX para fêmeas e XY para machos. No entanto, a pesquisa revelou que, em casos de deficiência grave de ferro no útero materno, um gene pode ser desativado de forma atípica, o que acaba provocando a inversão do sexo biológico dos animais.
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Em vez de desenvolverem testículos, como determinariam seus cromossomos, os camundongos geneticamente machos expostos à deficiência severa de ferro, que desativou o gene responsável, formaram células reprodutivas femininas. Inclusive, os animais chegaram a desenvolver glândulas e outras características típicas do sexo feminino.
No entanto, os pesquisadores destacam que ainda não é possível afirmar se o mesmo fenômeno ocorre em humanos ou em outros animais, além dos camundongos. Por outro lado, o estudo reforça que o ferro pode exercer um papel fundamental na determinação do sexo biológico e que seus níveis devem ser monitorados durante a gestação.
“Nossas descobertas estabelecem um papel para o ferro na determinação do sexo e levantam a possibilidade de que o ferro também seja importante para outros aspectos do desenvolvimento fetal de maneiras não imaginadas anteriormente, afirma o professor emérito Peter Koopman, do Instituto de Biociência Molecular da Universidade.