Bolsonaro encara STF em fase decisiva do processo por tentativa de golpe

Bolsonaro encara STF em fase decisiva do processo por tentativa de golpe


Audiências no STF começam no início desta semana e reúnem oito réus do chamado “núcleo golpista”, incluindo generais, ex-ministros e o ex-presidente

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9/6) a etapa de interrogatórios dos acusados de arquitetar um plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022. A fase é considerada central para o desfecho do processo.

Entre os réus, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais da reserva como Braga Netto e Augusto Heleno, e outros ex-integrantes da cúpula do governo anterior, como Anderson Torres e Alexandre Ramagem. Ao todo, oito pessoas são acusadas de envolvimento direto no plano golpista, que também resultou nos atos de 8 de janeiro de 2023.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Jair Messias BolsonaroFoto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Jair Bolsonaro e Mauro CidReprodução: Facebook/Jair Bolsonaro

Reprodução: YouTube/TV Justiça

Alexandre de Moraes foi o relatorReprodução: YouTube/TV Justiça

Foto: Fabio Rodrigues/Pozzebom/Agência Brasil

Fachada do STF em BrasíliaFoto: Fabio Rodrigues/Pozzebom/Agência Brasil


As oitivas serão realizadas na sala da Primeira Turma do STF, adaptada especialmente para esta fase e com reforço no esquema de segurança. A disposição física dos participantes seguirá a lógica de um tribunal do júri. Os interrogatórios começam às 14h e tem previsão de terminar às 20h, com possibilidade de extensão até a sexta-feira (13/6), caso os depoimentos não sejam concluídos dentro do cronograma.

O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator que firmou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal (PF). Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele confirmou que o ex-presidente reuniu comandantes militares para discutir estratégias de anulação do resultado das eleições.

Bolsonaro será o sexto a depor, provavelmente entre terça (10/6) e quarta-feira (11/6). Pela primeira vez, ficará frente a frente com o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal e principal alvo dos ataques de Bolsonaro ao STF durante o mandato. Ao lado dele, na sala, estarão antigos aliados, incluindo Cid, que se tornou peça-chave na acusação.

A denúncia da PGR, apresentada em março, aponta os réus como membros de uma organização criminosa que tentou abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito. Os crimes imputados incluem golpe de Estado, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

As defesas alegam falta de tempo hábil para analisar os documentos reunidos pela PF e criticam a rapidez com que Moraes tem conduzido as etapas do processo. Ainda assim, a maioria dos advogados já indicou que seus clientes devem prestar depoimento, mesmo tendo o direito constitucional de permanecerem em silêncio.

Esta será a primeira oportunidade em que Bolsonaro se pronunciará oficialmente, sob interrogatório, sobre sua atuação nos bastidores da tentativa de golpe. Em tom desafiador, o ex-presidente afirmou que “irá com a verdade” e convocou seus apoiadores a assistirem ao que chamou de “inquisição”.

Com a conclusão dessa fase, o STF pretende julgar os integrantes do núcleo principal ainda este ano, antes que o calendário das eleições de 2026 interfira no desfecho do caso.



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