Danielle Bezerra dos Santos teria atuado para ocultar provas e objetos dos crimes em que seu companheiro, também denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, estaria envolvido

Danielle estava foragida desde o dia 28 de fevereiro. Devido ao sigilo, a PF não revelou detalhes da prisão. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu a prisão alegando que Danielle atuava “no contexto das atividades ilícitas da organização (PCC) para lavagem de capitais do produto em proveito do crime de tráfico de drogas e outros crimes correlatos praticados por seus integrantes”.
Segundo a apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP de São Paulo, ela teria atuado para ocultar provas e objetos dos crimes em que seu companheiro – também denunciado pelo MP – estaria envolvido. Áudios obtidos pela investigação apontam que a mulher tinha conhecimento das atividades criminosas do marido e agia em cumplicidade com ele. A investigação apurou que Danielle ajudava o marido a administrar contas abertas em nome de empresas “laranjas” para ocultar dinheiro ilícito.
Antes de se casar com Rogerinho, a mulher manteve relacionamentos com dois integrantes da cúpula do PCC, ambos já mortos. De um deles, Felipe Geremias dos Santos, o “Alemão”, responsável por operações da facção na Grande São Paulo, ela ficou viúva em 2019. A investigada se relacionou também com Janeferson Mariano Gomes, o ‘Nefo’, apontado como autor de um suposto plano para sequestrar o senador Sérgio Moro (União). ‘Nefo’ foi assassinado em junho de 2024 no interior da Penitenciária de Presidente Venceslau (SP).
Nos áudios e nas mensagens por grupos de WhatsApp que instruem a investigação, Danielle conversa também com amigos sobre as práticas do marido, que se valia da condição de policial civil para extorquir dinheiro de supostos criminosos. Em um dos áudios, o policial conta à mulher que usaria uma viatura policial descaracterizada para fazer uma dessas cobranças. Nesse caso, o dinheiro era devido a ‘Nefo’. Nas conversas, Danielle sugere ser “herdeira” do dinheiro do PCC. As mensagens e outros indícios apurados pela investigação da Polícia Federal levaram o MP a pedir a prisão preventiva da investigada.
A investigação é a mesma que apura o esquema de corrupção que resultou na morte de Vinícius Gritzbach. O delator foi vítima de uma emboscada, com a participação de policiais militares, no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, em novembro de 2024. Rogerinho, no entanto, não foi preso por suspeita de envolvimento na execução de Gritzbach, mas por outros supostos crimes praticados anteriormente.

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Dados da Receita Federal apontam o policial Rogério Felício como dono de empresas como uma consultoria em segurança, uma construtora e uma administradora de bens próprios, todas com sede em Praia Grande, na Baixada Santista. Em redes sociais, ele ostentava relógios de luxo e viagens com a mulher. Danielle não é listada como sócia das empresas.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Nátaly Tenório