E-mail enviado às 24 parlamentares da Assembleia tinha ataques racistas e capacitistas; autor da mensagem já foi identificado e teve o celular apreendido
As 24 deputadas estaduais de São Paulo reagiram na 2ª feira (2.jun.2025) a uma ameaça coletiva de estupro recebida na 6ª feira (31.mai). Em nota conjunta intitulada “Não seremos silenciadas”, elas anunciaram providências judiciais contra o autor da mensagem.
A Polícia Civil já identificou um suspeito de 28 anos, apreendeu seu computador e também seu celular. Ele não teve o nome revelado pelas autoridades.
A mensagem citava explicitamente a intenção de “estuprar, matar e queimar as deputadas”. O autor se identificou como “masculinista” –um movimento que prega a superioridade dos homens sobre as mulheres.
De acordo com a nota publicada pela deputada estadual Andréa Werner (PSB-SP), a ameaça ainda continha elementos específicos direcionados a deputadas negras e àquelas que defendem direitos das pessoas com deficiência.
“Parte das parlamentares da Alesp já tinha sofrido ameaças similares, porém, é a 1ª vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa – o maior parlamento estadual do país”, afirmou Werner.
Em nota enviada ao Poder360, a deputada Marina Helou (Rede-SP) disse que o caso escancara “a persistência da violência política de gênero —uma estratégia recorrente para silenciar, constranger e deslegitimar mulheres que ocupam espaços de poder”.
A secretária da Mulher do governo de São Paulo, Valéria Bolsonaro (PL), deputada estadual licenciada, também se pronunciou: “Isso, além de uma forma de violência política, é uma forma vil de violência psicológica para com todas as mulheres. Nós não vamos baixar a nossa cabeça”.
A Assembleia Legislativa de São Paulo tem 94 deputados estaduais, ou seja, as mulheres ocupam pouco mais de 1/4 das cadeiras.