Moares ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante audiência da suposta trama golpista no STF

Moares ameaça prender Aldo Rebelo por desacato durante audiência da suposta trama golpista no STF


Ex-ministro da Defesa disse, durante videoconferência, da qual depõe como testemunha, que não admitira censura; ele é testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-chefe da Marinha

Fellipe Sampaio/STFPrimeira Turma do STF julga denúncia sobre o núcleo 4 da PET 12.100
Alexandre de Moraes é o presidente da audiência sobre a tentativa de golpe

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ameaçou, nesta sexta-feira (23), prender o ex-deputado federal Aldo Rebelo. “Se o senhor não se comportar, será preso por desacato”, disse Moraes durante audiência em que estão sendo ouvidas testemunhas de defesa dos réus de núcleo 1 da tentativa de golpe em 2023. A ameaça de Moraes foi realizada após Aldo Rabelo dizer, durante videoconferência, que não admitira censura. No momento em que fez esse posicionamento, o ex-deputado, que foi indiciado como testemunha do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, tentava interpretar a suposta fala de Garnier em uma reunião realizada em 2022 com Jair Bolsonaro. “É preciso levar em conta que, na língua portuguesa, usamos a força da expressão. A força da expressão nunca pode ser tomada literalmente. Quando alguém diz estou frito não quer dizer que está numa frigideira”, afirmou. O ex-ministro, então, foi repreendido por Moraes. “O senhor estava na reunião? Então, não tem condições de avaliar a língua portuguesa”, disse Moraes, após Aldo dizer que a língua portuguesa é repleta de “força de expressão”.

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“A minha apreciação da língua portuguesa é minha e não admito censura”, retrucou Rebelo. Moraes então ameaçou prender o ex-ministro. “Se o senhor não se comportar, o senhor vai ser preso por desacato”, respondeu o magistrado. Houve ainda mais entreveros durante essa audiência. A defesa de Garnier, feita pelo advogado Demóstenes Torres, perguntou se a Marinha teria condições para dar golpe de Estado. Moraes, então, repreendeu a defesa. “Aldo Rebelo é um historiador, é uma pessoa inteligente. Ele sabe que em 64 não foi ouvida toda a cadeia de comando para se dar o golpe militar. Não podemos fazer conjecturas fora da realidade. Não pode perguntar algo que ele não tem conhecimento técnico. Ele é um civil, que foi ministro da Defesa, mas é um civil”, afirmou Moraes.

Moraes, que preside a audiência sobre a tentativa de golpe de estado, esta ouvindo desde o dia 19 e maio a 2 de junho testemunhas indiciadas pela acusação e as defesas dos acusados. Após todos serem ouvidos, serão chamados Bolsonaro e os demais réus convocados. Oito réus compõem o núcleo 1, apresentado como o crucial para o golpe, são eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

 





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