Comandante da Marinha diz que não houve ordem para uso de blindados para suposto golpe de Estado

Comandante da Marinha diz que não houve ordem para uso de blindados para suposto golpe de Estado


O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen disse desconhecer os motivos da ausência do ex-comandante Almir Garnier na cerimônia de passagem do cargo e reafirmou a nota da Força, que refutou investigação da Polícia Federal em novembro de 2024 e assinalou que não havia ordem para o uso de blindados para a tentativa de golpe.Olsen negou ter recebido ordens de Garnier para empregar tropas para impedir a posse ou dar golpe de Estado. “Não recebi qualquer determinação nesse sentido”, disse, ao ser questionado pela defesa do ex-chefe da Força.

No dia 5 de janeiro de 2023, nos primeiros dias de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República, Garnier decidiu se ausentar da cerimônia para passar o cargo para Olsen – algo que nunca tinha acontecido na história da instituição.

“Ele não apresentou qualquer razão para sua ausência à cerimônia de transferência do cargo. Desconheço as razões”, disse Olsen, que participou de audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23), como testemunha de Garnier na ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe que teria a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo depoimento dado pelo ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Júnior ao STF nesta quarta-feira (21), Garnier, então chefe da Marinha, teria dito a Bolsonaro que poderia colocar suas tropas à disposição para dar início a um golpe de Estado após as eleições. Olsen disse não ter conhecimento das reuniões e que só ficou sabendo dos acontecimentos pela imprensa.

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Tanto o procurador-geral da República, Paulo Gonet, quanto o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, insistiram na ausência de Garnier na cerimônia de passagem do cargo. “Nessa cerimônia o Garnier não compareceu, rompendo uma tradição”, observou Moraes. “Não há registro de ausência do comandante que passa em ocasiões anteriores”, respondeu Olsen.

A ausência de Garnier foi criticada internamente por oficiais-generais do Exército e da Força Áerea. Lula não participou daquela cerimônia e foi representado pelo ministro da Defesa, José Múcio. Além de Olsen, também foram ouvidos na tarde desta sexta-feira o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente no governo Bolsonaro, e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo.

A audiência com Rebelo foi palco para bate-boca, com Moraes ameaçando prender o ex-ministro, após ele dizer não admitir “censura”.  Já Mourão afirmou desconhecer qualquer reunião que planejasse tentativa de golpe de Estado e culpou o governo Lula pela desordem na capital federal no 8 de Janeiro.





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