Fernando Haddad, ministro da Fazenda, diz que a morte do amigo deixa “lacuna irreparável” no jornalismo brasileiro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e congressistas lamentaram nas redes sociais a morte do fotógrafo Sebastião Salgado, aos 81 anos, nesta 6ª feira (23.mai.2025). Ele enfrentava complicações de saúde relacionadas a uma malária contraída nos anos 1990.
Salgado sofria de um distúrbio sanguíneo resultante do tratamento inadequado da doença, que foi contraída na Indonésia. Ele também tinha problemas na coluna vertebral decorrentes de um acidente com mina terrestre que atingiu seu veículo em 1974, durante a guerra de independência de Moçambique.
Lula disse estar profundamente triste com a morte do fotógrafo. “Salgado não usava apenas seus olhos e sua máquina para retratar as pessoas: usava também a plenitude de sua alma e de seu coração”, declarou o presidente.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que, com suas lentes, Salgado “nos revelou as belezas e injustiças do mundo, congeladas em seus registros fotográficos” e disse que o seu trabalho seguirá servindo de inspiração.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que perdeu um amigo cuja morte deixa uma “lacuna irreparável” no jornalismo brasileiro.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que Sebastião Salgado tinha “um dos olhares mais humanos sobre a humanidade”.
O deputado e líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a morte do fotógrafo deixa um vazio irreparável no mundo da arte.
“Na semana em que o Senado dá um passo atrás na questão ambiental, o Brasil perde um ícone da preservação e reflorestamento dos nossos biomas”, escreveu a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Em nota, a presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Cármen Lúcia, afirmou que a morte de Salgado representa uma perda enorme para o país e para a humanidade:
“Enorme perda para o Brasil e para essa humanidade tão precisada de grandes humanidades como o Tião. Sebastião era Salgado apenas no sobrenome: um ser humano a mostrar uma doçura total, mesmo nas denúncias fotografadas das indignidades e feridas do mundo.”
Também em nota, o presidente STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, disse que Salgado era um patrimônio cultural brasileiro e destacou a atuação do fotógrafo na proteção ambiental:
“Eu recebo com imensa tristeza a notícia da morte do Sebastião Salgado. Na verdade, um grande artista. Uma morte precoce, 81 anos hoje em dia é muito cedo. Ele era um dos patrimônios culturais brasileiros, embora estivesse vivendo na França. Há poucas semanas, ele me telefonou por uma questão que o preocupava. Ele é um homem que tinha um olhar voltado para a proteção ambiental, para a proteção das comunidades indígenas, para outras causas importantes da humanidade.
No Supremo Tribunal Federal, nós temos inúmeras fotografias dele, em grandes pôsteres. Na minha sala tem duas fotografias dele da Amazônia. Para contar um episódio anedótico, tinha duas fotos enormes dele. Uma da Floresta Amazônica e a outra era uma canoa com dois indígenas de costas e nus. E era exatamente onde se tirava as fotos oficiais no meu gabinete. Um dia me dei conta de que todas as fotos oficiais tinham dois índios nus atrás. Aí pedi para colocar outra foto da Floresta Amazônica. Mas apenas para registrar que ele é tão querido e admirado, que no gabinete do presidente do Supremo tem duas fotos dele. E espalhadas pelo Supremo tem muitas outras.
Além do papel que ele desempenhava, aqui mesmo no Brasil, embora estivesse morando fora, de recuperação de vegetação nativa, projetos ecológicos extremamente importantes.
De modo que a perda de uma pessoa como Sebastião Salgado é uma imensa perda para a humanidade. E aqui mando um abraço e consolo para toda a família.”
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que Salgado era mais que um fotógrafo, era um contador de verdades.
“Seu trabalho não foi denúncia, memória, resistência. Foi amor pelo planeta e pelas pessoas. Um legado que segue vivo em cada imagem e em tudo o que ela ainda vai provocar”, declarou.