Tribunal espanhol confirma condenação inédita por crime de ódio contra Vini Jr.

Tribunal espanhol confirma condenação inédita por crime de ódio contra Vini Jr.


Até então, as decisões judiciais envolvendo casos de racismo e discriminação geravam sentenças por ‘crimes contra a integridade moral’, com ‘agravante de racismo’

CBF OFICIALVini Jr com a mão direita levantada com o punho cerrado
Na prática, os condenados não irão para a prisão automaticamente

Um caso de racismo, que tem Vinícius Júnior como vítima, fez história no Judiciário espanhol nesta quarta-feira. A Audiência Provincial de Valladolid homologou decisão tomada na semana passada, que condena cinco torcedores do Valladolid a um ano de prisão por insultos racistas ao brasileiro, e enquadrou o caso como “crime de ódio”. Até então, as decisões judiciais envolvendo casos de racismo e discriminação geravam sentenças por “crimes contra a integridade moral”, com “agravante de racismo”. Nesta quarta, o tribunal de segunda instância de Valladolid abriu o precedente no país europeu ao afirmar que casos discriminatórios do tipo configuram “crime de ódio”, nos termos do artigo 510.2 a do Código Penal espanhol.

A menção ao tipo de crime foi celebrada pela LaLiga, entidade que organiza o Campeonato Espanhol e iniciou o processo na Justiça. “Esta decisão judicial representa um marco inédito na luta contra o racismo no esporte na Espanha, que até então contava com sentenças por condutas contra a integridade moral com agravante de racismo. O fato de a sentença mencionar expressamente o crime de ódio associado aos insultos racistas reforça a mensagem de que a intolerância não tem lugar no futebol”, informou a liga, em comunicado.

A decisão desta quarta homologou a sentença expedida na semana passada, que condenou os torcedores a um ano de prisão, multa entre 1.080 e 1.620 euros e proibição do “exercício de profissões ou atividades educativas nos âmbitos docente, esportivo e de lazer por quatro anos”. A decisão, contudo, é uma sentença suspensa. Na prática, os condenados não irão para a prisão automaticamente. Para tanto, precisaram aceitar duas condições: não cometer novos delitos pelo período de três anos e não comparecer a estádios de futebol para jogos de alcance nacional durante este mesmo período.

Os ataques racistas aconteceram em dezembro de 2022, durante partida entre Valladolid e Valladolid, no estádio José Zorrilla, pelo Campeonato Espanhol. Vinícius Júnior foi substituído na reta final do jogo. Já fora das quatro linhas, o brasileiro comemorou um gol do Real próximo da mureta que separava os torcedores do Valladolid do campo. Naquele momento, o jogador foi alvo de ofensas racistas. “Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e LaLiga segue sem fazer nada. Seguirei de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e do Madrid. No final, a culpa é minha”, escreveu Vini Jr., nas redes sociais, na ocasião.

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As agressões verbais foram amplamente divulgadas nas redes sociais na época. E os torcedores responsáveis foram identificados pela Justiça espanhola. O atacante do Real não aceitou indenização pelos danos sofridos. E os torcedores acusados apresentaram declaração por escrito reconhecendo as ofensas racistas, pedindo desculpas pelos atos, o que não impediu a instauração do processo.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Fernando Dias





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