Gol de Johnson garante título europeu aos Spurs após quatro décadas sem conquistas internacionais e assegura vaga na próxima Champions League
Foram 17 anos sem levantar uma taça, 41 desde o último título europeu. E nesta quarta-feira (21/5), no estádio San Mamés, em Bilbao, o Tottenham escreveu o que faltava em seu livro de dores e esperanças. Com um gol de Johnson e um sufoco que parecia interminável, os Spurs venceram o Manchester United por 1 a 0 e conquistaram a Liga Europa, como quem rasga páginas marcadas por frustrações para, enfim, iniciar um novo capítulo.
A final reuniu dois gigantes feridos. Tottenham e United haviam tropeçado ao longo de toda a temporada inglesa, separados por um mísero ponto na parte baixa da tabela da Premier League. Mas foi na Espanha que os londrinos se reencontraram a um passo glória. O gol da vitória veio em um típico lance de insistência: cruzamento pela direita, confusão na pequena área, e Johnson, no rebote, empurrou para as redes. Um chute que atravessou não apenas a linha do gol, mas também o tempo, pois desde 2008, com a Copa da Liga Inglesa, o clube não sabia o que era sentir o gosto de um título.
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Quase herói
O Manchester United tentou responder. Com a posse de bola nos pés e a pressão nas costas do rival, empurrou o Tottenham para o campo de defesa. E por pouco não igualou. Casemiro, símbolo de entrega e peça cotada para voltar à Seleção Brasileira, quase assinou a cena mais épica da final. Nos minutos finais, em uma bicicleta instintiva, o volante quase acertou um golaço. Faltou um giro de centímetros para que o destino sorrisse ao camisa 18, que já havia marcado o gol da classificação na semifinal.
Mais suor do que gol
Do outro lado, Richarlison representava uma luta diferente. Oscilando fisicamente durante a temporada, começou como titular, mas não como centroavante de ofício. Atuando quase como um volante infiltrado, ajudou na marcação, ganhou disputas no mano a mano e limitou a construção do adversário — mas a entrega cobrou seu preço. Pediu para sair no segundo tempo, após sentir desconforto muscular.
A consagração de um leal
A noite também pertenceu a Son Heung-min. Ídolo discreto e fiel, o coreano de 32 anos enfim venceu seu primeiro título não só com o Tottenham, mas de toda a sua carreira, após uma década de serviços prestados. Foram 406 jogos, 160 gols, 81 assistências e inúmeras tardes em que foi decisivo para o time. Mas foi ali, com a braçadeira no braço e os olhos marejados, que ele levantou seu troféu mais simbólico. Um prêmio não só pela bola jogada, mas pela lealdade, como se o futebol, por vezes cruel, tivesse reservado a ele uma noite de justiça.
Saiu em busca de glória… e ela veio sem ele
E como esquecer Harry Kane? O maior artilheiro da história do clube, que buscou no Bayern de Munique o que não encontrara em Londres. Ironicamente, viu o gigante alemão encerrar a temporada 2023/24 sem títulos — um feito raro — enquanto seu ex-clube, aquele mesmo do qual partiu em busca de glória, renascia sem ele. Kane até conquistou seu primeiro título com a Bundesliga neste ano, mas convenhamos: ganhar o campeonato que o Bayern costuma vencer todo ano não tem a poesia de uma final europeia vencida suando sangue. O destino, esse roteirista sarcástico, parece ter brincado mais uma vez.
O fim de uma espera ou começo de uma era?
Em Bilbao, o Tottenham não apenas levantou uma taça. Enterrou fantasmas, recompôs sua autoestima e reencontrou a dignidade de quem, mesmo sem tradição de títulos, nunca deixou de acreditar. Os 6.279 dias sem troféu viraram pó. E no último apito, com Johnson herói, Vicario gigante, Casemiro quase épico e Son imortal, o futebol lembrou que, por vezes, o improvável é só questão de tempo.
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