Acusado de assassinar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem em 2019, Paulo Cupertino Matias enfrentará julgamento na próxima semana, no dia 29 de maio. Pai da então namorada de Miguel, o comerciante entrou com um pedido na Justiça para impedir que a imprensa registre e divulgue suas imagens, além de solicitar a restrição de informações repassadas aos jornalistas, permitindo apenas dados oficiais.
Em petição apresentada ontem, a defesa do réu argumentou que o caso tem recebido ampla atenção da mídia e que “o réu é alvo constante de matérias jornalísticas e conteúdo em redes sociais, com veiculação ostensiva de sua imagem, em contexto acusatório e por vezes sensacionalista, antes mesmo da sentença definitiva.”
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Segundo os advogados, a constante exposição da imagem de Cupertino tem causado prejuízos à sua honra e à sua vida privada, podendo gerar um “prejulgamento da sociedade, impactando negativamente a percepção do corpo de jurados.”
A defesa também sugeriu que, diante do risco de influência externa sobre os jurados, o julgamento ocorra a portas fechadas, sem a presença da imprensa ou do público.
Além disso, pedem que o réu esteja vestido com roupas comuns, sem vestimentas que o identifiquem como detento, e que não use algemas durante a sessão.
A Justiça ainda não se manifestou sobre os pedidos. A promotoria, porém, é contra a proibir veicular informações do julgamento.
O promotor Thiago Marin se posicionou contra a decretação de sigilo no processo e também se opôs à realização do julgamento sem acesso ao público, alegando que isso violaria o princípio da publicidade nos processos penais.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Cupertino teria atirado em Rafael Miguel e nos pais do ator, João e Miriam Miguel, na entrada da residência da família. O trio teria ido ao local para discutir o relacionamento do jovem com Isabela Matias, filha do comerciante.
De acordo com o MP, Cupertino “nutria uma relação de exacerbado sentimento de posse em relação à filha, não suportando a ideia de que ela namorasse o ator”.
Após permanecer foragido por três anos, Cupertino foi preso em um hotel na cidade de São Paulo. Ele nega envolvimento no crime.