Estado registra quase 2 mil ocorrências entre janeiro e março, com média de 22 anéis levados por dia; Capital concentra 56% dos casos
O Estado de São Paulo registrou 1.981 casos de roubos e furtos de alianças e anéis entre janeiro e março de 2025. Os dados, divulgados pelo portal da transparência da SSP (Secretaria da Segurança Pública) no domingo (18.mai.2025), mostram um aumento de 68% em comparação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 1.175 casos. A média atual é de 22 anéis levados diariamente, o equivalente a um roubo a cada pouco mais de uma hora.
A capital paulista concentra 56% de todas as ocorrências registradas no Estado, liderando o ranking de municípios com maior incidência desse tipo de crime. Entre as 10 cidades com mais casos, 7 estão na região metropolitana de São Paulo: Santo André, Osasco, Taboão da Serra, Embu das Artes, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Diadema.
O crescimento desse tipo de crime acontece em um contexto de valorização do ouro no mercado internacional. Em abril de 2025, o preço da onça do metal, equivalente a 31 gramas, atingiu o valor recorde de US$ 3.500, aproximadamente R$ 20.300. Esse aumento foi impulsionado pela alta demanda e pela instabilidade econômica relacionada à possibilidade de uma guerra comercial global.
A escalada nos roubos de alianças tem registrado episódios violentos nos últimos meses. Em fevereiro, uma médica sofreu agressões com chutes e teve o dedo mordido durante um assalto. Em março, um agente da CET morreu baleado em uma tentativa de roubo. Em abril, um arquiteto faleceu ao tentar impedir a fuga de um ladrão, atropelando-o. Em todos esses casos, os criminosos buscavam subtrair alianças.
O levantamento da SSP mostra que 9 em cada 10 casos aconteceram em vias públicas, totalizando 1.779 ocorrências. Os demais locais com maior incidência são residências, com 90 casos, e estacionamentos, com 20 registros.
Quanto ao horário das ocorrências, o período da manhã apresenta o maior número de casos, com 680 registros. A tarde aparece em 2º, com 600 ocorrências. A madrugada registra 484 casos e a noite, 482.
Os números apresentados pela SSP referem-se à quantidade de boletins de ocorrência registrados, não ao total de alianças e anéis roubados. O número real de itens subtraídos pode ser superior ao de registros oficiais, pois é possível que mais de um objeto tenha sido levado em cada ocorrência.
A Polícia Civil de São Paulo busca vítimas de roubos de alianças para devolver itens recuperados. O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) possui 12 joias apreendidas durante a Operação Ouro Reverso que aguardam reconhecimento por seus proprietários.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a identificação das vítimas e a devolução dos itens são fundamentais para que a polícia comprove a origem ilícita dos objetos e prossiga com as investigações.