O comentário da primeira-dama sobre o TikTok virou assunto nos bastidores e acabou tirando o foco dos acordos firmados entre Brasil e China
Uma fala da primeira-dama Janja durante um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, acabou causando um mal-estar dentro do governo brasileiro. O comentário, feito em tom crítico sobre a rede social TikTok, veio a público nos últimos dias e deixou autoridades do Palácio do Planalto preocupadas com os impactos na imagem da comitiva brasileira no exterior.
O jantar fazia parte da viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, onde foram assinados mais de 20 acordos de cooperação entre os dois países. Os documentos envolvem parcerias nas áreas de comércio, agricultura, meio ambiente e infraestrutura. A ideia era que os acordos fossem o principal destaque da viagem. Mas, nos bastidores, integrantes do governo acreditam que a polêmica com Janja acabou “ofuscando” os resultados positivos.
Veja as fotos
Reprodução/
Janja Lula da Silva – Foto: Reprodução/BBC News Brasil
Janja exibe a águia da Portela nas redes sociais e, depois, apaga / Foto: Reprodução
JanjaFoto: Ricardo Stuckert
A situação ficou ainda mais delicada depois que surgiram suspeitas de que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, poderia ter vazado a informação da conversa. A notícia foi publicada por uma colunista de política e ganhou repercussão.
Rui Costa, que nega ter sido o responsável pelo vazamento, chegou a pensar em fazer um pronunciamento para se defender. Mas aliados e o chefe da Secretaria de Comunicação do governo, Sidônio Palmeira, o convenceram a não falar publicamente, para evitar que o caso ganhasse ainda mais visibilidade.
O presidente Lula falou rapidamente sobre o assunto com a imprensa. Ele confirmou que Janja participou da conversa sobre o TikTok, mas disse que foi ele quem puxou o tema. Mesmo assim, a fala dela acabou se tornando o centro das atenções.
Dentro do governo, a avaliação é que o episódio atrapalhou o foco da viagem, que era mostrar os avanços nas relações entre Brasil e China. Agora, o Planalto tenta contornar a crise e retomar a agenda positiva do governo no exterior.
