Um dos maiores líderes da facção criminosa foi extraditado da Bolívia para o Brasil neste domingo (18), após decisão judicial do país vizinho
O traficante Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi extraditado da Bolívia para o Brasil neste domingo (18) após decisão judicial do país vizinho. Ele cumprirá pena no presídio federal de Brasília, onde também está preso outro líder da facção, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a prisão representa uma “vitória importante contra o crime organizado”. Ele assegurou que não há risco de contato entre Tuta e outros membros do PCC dentro da penitenciária. “Esse contato é impossível. O presídio de Brasília é o mais seguro”, afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (19).
A prisão de Tuta foi resultado de uma operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia. Ele foi detido na última sexta-feira (16), em Santa Cruz de la Sierra, ao tentar renovar seu registro de estrangeiro com um documento falso. O nome usado, Maicon da Silva, já constava em banco de dados internacionais, o que levou à identificação por meio de dados biométricos.
Foragido desde 2020, Tuta era procurado pela Interpol e estava na Lista de Difusão Vermelha. Condenado a 12 anos de prisão por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele é acusado de ter comandado operações financeiras do PCC e planejado o resgate de Marcola em 2019 — plano frustrado pelas autoridades. Mesmo não sendo mais considerado o sucessor direto de Marcola, Tuta mantinha influência na facção, atuando principalmente na lavagem de dinheiro e articulações externas. Em 2023, uma nova fase da Operação Sharks, conduzida pelo Ministério Público de São Paulo, prendeu dois operadores financeiros ligados a ele.
Tuta já havia sido preso em 2006, quando foi condenado a mais de 23 anos de prisão por diversos crimes, incluindo latrocínio e corrupção ativa. Em 2014, obteve progressão de pena e foi colocado em regime aberto. Desde então, estava foragido.
A operação de transferência ao Brasil envolveu 50 agentes da Polícia Federal, 18 policiais penais federais, e contou com apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal. Ele foi entregue à PF em Corumbá (MS) e levado para Brasília em avião da corporação. Segundo o ministro Lewandowski, Tuta permanecerá sob custódia no sistema penitenciário federal “por tempo indefinido, à disposição da Justiça”.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA