Marcos Roberto de Almeida foi preso por autoridades bolivianas na 6ª feira (16.mai); foi condenado a 12 anos de prisão no Brasil
Autoridades da Bolívia entregaram ao governo brasileiro, neste domingo (18.mai.2025), o “número 1” do PCC, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta. Foragido há 5 anos, ele foi preso em Santa Cruz de la Sierra, na última 6ª feira (16.mai).
Tuta é considerado um dos principais articuladores de um esquema internacional de lavagem de dinheiro vinculado ao Primeiro Comando da Capital. Condenado a 12 anos de prisão no Brasil por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, ele consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol.
A prisão de Tuta se deu enquanto ele estava em uma unidade policial para renovar documentos e apresentou documentação falsa em nome de Maicon da Silva. Imediatamente, a Interpol foi acionada. Durante conversa com jornalistas, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, deu detalhes da prisão.
“Está prevista para amanhã [domingo, 18 de maio de 2025] algo semelhante à nossa audiência de custódia, com autoridades judiciárias da Bolívia. A nossa expectativa é que amanhã mesmo tenhamos uma posição sobre esse processo, seja pela expulsão, seja pela extradição”, disse Andrei.
Também declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi comunicado sobre o caso pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O chefe das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também está ciente.
“Tão logo comuniquei ao ministro [Lewandowski], ele cumprimentou a ação da Polícia Federal, obviamente feliz com o desfecho que conseguimos a partir da cooperação internacional”, afirmou o diretor-geral da PF.
Neste domingo, Tuta passou por uma audiência de custódia na Bolívia. No Brasil, ele ficará em uma penitenciária federal de segurança máxima, que ainda não foi definida. Podem ser Brasília, Mossoró (RN); Catanduvas (PR); Campo Grande (MS) ou Porto Velho (RO). Seu antecessor, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, está na Penitenciária Federal de Brasília.
PCC
Fundado em 1993 na cidade de Taubaté, a 130 km da capital São Paulo, o PCC é hoje a maior organização criminosa do país. Segundo o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, o grupo tem até 40.000 integrantes e movimenta cerca de R$ 6 bilhões por ano.
Mesmo depois das prisões de líderes do PCC, como Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, a facção continuou a expandir sua influência dentro e fora de presídios.
O PCC é financiado principalmente pelo tráfico de drogas, mas roubos de cargas, assaltos a bancos e sequestros também contribuem para o financiamento da organização. Só em São Paulo, estima-se que cerca de 10.000 integrantes estejam presentes em 90% das penitenciárias.
Além disso, investigadores estimam que países vizinhos do Brasil, como Bolívia, Paraguai e Colômbia tenham “braços” do PCC em seus respectivos contextos criminais, dominando rotas de tráfico de drogas. Esses “braços” seguem diretrizes, pagam mensalidades e obedecem às ordens dos superiores, seguindo uma estrutura que se assemelha a uma empresa.