“Até Onde Ele Vai”: Caio Vegatti faz revelações sobre série baseada em história real

Caio Vegatti foi o responsável por levar a história de Michael, um jovem que cresceu em uma comunidade do Rio de Janeiro que, cansado da pobreza, entra para o tráfico, se tornando um dos bandidos mais temidos da cidade. Michael tem pais evangélicos, que sempre passaram por dificuldades financeiras. Seu pai teve um passado obscuro, mas, acabou mudando ao se converter para a igreja. Baseada em fatos reais, “Até Onde Ele Vai” ganhou o coração do público, principalmente de muitas famílias brasileiras que se identificaram com os conflitos e passagens da série, produzida pela Univer Video.

Em conversa exclusiva com o Portal LeoDias, Caio, de 29 anos, revelou como foi a preparação para protagonizar “Até Onde Ele Vai”. O ator também contou o que o fez deixar o curso de engenharia para viver da arte.

“A preparação foi bem intensa. Além de participar do teste para a escalação dos outros personagens da série, tivemos alguns encontros na sala de preparação, focando principalmente nas relações entre os núcleos. São núcleos variados, cada um com suas próprias ‘temperaturas’, e isso exigiu uma atenção especial”, disse Caio, que contou, ainda, que mergulha de cabeça em seus personagens.

“Quando começo a trabalhar um personagem, gosto de reler a história algumas vezes e, a partir disso, desenvolver alguns fundamentos: entender qual é o objetivo de vida dele, qual o maior medo, como ele se comporta com determinadas pessoas, quais características minhas se aproximam das dele e quais são completamente diferentes. Assim, vou mergulhando naquele universo e conhecendo mais sobre esse ser.
No caso, eu tive a oportunidade de conhecer o ‘Michael’ verdadeiro (risos). Conversei com a mãe, o pai e com ele, e foi muito enriquecedor poder fazer algumas perguntas e conhecer mais de perto aquele universo que eu teria que contar”.

Desafios

“Acho que o maior desafio que a gente tinha era o cronograma. É uma história complexa, com cenas difíceis e tínhamos um cronograma apertado para a entrega do projeto. Sem falar que 95% dos dias foram gravações em externa, comunidade, lugares que precisam de deslocamento, o que torna as coisas mais complicadas por dependermos de alguns fatores externos. Falando da questão cênica, esse foi outro desafio. Cenas com helicóptero, moto, muita ação, então com certeza eu fiquei tenso em algum momento, o que deixava tudo mais interessante, ajudando a trazer o clima certo pra cena em si”.

Se emocionou

“É uma história que, por si só, já me emocionou só de ler. Toda a caminhada do Michael, tudo o que ele passa até chegar ao fundo do poço e viver aquela reviravolta, é muito tocante. Gravar algumas cenas com a Dani Ornellas (que interpreta a Fátima, mãe do Michael) doía no peito. Em muitas delas, ao final, a gente precisava se abraçar e deixar aquele sentimento ali, porque era muito forte.
‘Até onde ele vai’ é a história de muita gente por aí, então com certeza mexe com vários lugares dentro da gente. Ainda mais tendo que interpretar tudo isso”.

De engenheiro a ator

Caio Vegatti desistiu de ser engenheiro para seguir a carreira como ator. De acordo com o artista, o que virou sua chave foi a identificação com a profissão.

“Desde novo me encontrava encantado com histórias das quais fugiam do comum. Daquelas pessoas corajosas que desafiavam os padrões e buscavam algo que de certa forma proporcionava uma ansiedade positiva no seu dia a dia. E quando me comparava, por exemplo, com meus irmãos que pareciam sentir isso ao falar de suas profissões, eu entendi que alguma coisa tinha que mudar. Foi quando eu entrei num curso de atuação sem pensar muito e fui me identificando”.

Solteiro!

“Não, não estou namorando. Com certeza quero ter uma família, ser pai, poder ser referência dentro de casa pros meus filhos”.

Conselho para quem está começando

“Sugiro que tente, experimente. Diferente de outras profissões, a de ator não tem um caminho único ou tradicional. Cada pessoa tem seu tempo, e às vezes a ansiedade pode atrapalhar. Por outro lado, sempre que converso com alguém sobre isso, gosto de ser cuidadoso com as palavras, porque o mercado não é fácil — e está longe de ser um conto de fadas. Por isso, acho importante não romantizar essa profissão.
Experimente, vá sentindo e entendendo a realidade da coisa. E estude bastante, pra estar pronto quando a oportunidade aparecer. Se for isso mesmo que a pessoa decidir escolher, acredite, seja corajoso, trabalhe a autoconfiança e siga no seu foco”.

“Até Onde Ele Vai” tem 10 capítulos e está disponível no Univervideo.