O diretor de operações da empresa, Maxime Picat, diz não estar “otimista” a respeito das chances de competição das marcas com as fabricantes chinesas
O diretor de operações da Stellantis para Ásia-Pacífico, Oriente Médio e África, Maxime Picat, disse na 4ª feira (15.mai.2025), não ser “otimista” a respeito do futuro de montadoras ocidentais na China. “Sou um cara bastante otimista, mas não nesse caso“, afirmou durante fala na cúpula Future of the Car Summit, da FT (Financial Times).
Segundo Picat, as fabricantes locais conquistaram um espaço considerável no mercado chinês, previamente ocupado por montadoras estrangeiras, nos segmentos de carros elétricos e veículos maiores. Entretanto, marcas como a Toyota e a Volkswagen ainda são capazes de vender grandes volumes de veículos do “segmento C“: automóveis movidos a gasolina, de médio porte.
O diretor afirmou estar “chocado” com a ofensiva das fabricantes chinesas. Em sua avaliação, a expansão destas marcas locais ocorre em todas as categorias de veículos e deixa as empresas ocidentais apenas com “segmento C de motores a combustão interna”. “E isso não vai durar“, acrescentou.
“Se você observar o que aconteceu nos últimos anos, a tendência [do recuo na participação de mercado] é forte e tem sido muito difícil para as [montadoras] ocidentais manterem sua posição na China“, disse.
A Stellantis tem aos poucos se retirado da China, aos passos de outras montadoras ocidentais. Depois da redução destas operações, a multinacional obteve uma participação de 20% na Leapmotor por 1,5 bilhão de euros e, agora, auxilia a startup chinesa a crescer as vendas na China e na Europa.
Marcas alemãs como a Volkswagen, porém, intensificaram seus esforços para o mercado chinês. Com a estratégia “na China para a China“, Volkswagen e Toyota desejam reconquistar consumidores que realizaram a troca para carros elétricos. Em 2024, a fabricante alemã anunciou investimento de 2,5 bilhões na China.
