Wladimir Soares, policial federal preso desde 2023, é investigado por envolvimento em plano que mirava Lula, Alckmin e Moraes
A Polícia Federal identificou, em áudio obtido durante investigação, declarações do agente federal Wladimir Soares sugerindo a preparação de uma ação golpista às vésperas da posse presidencial de 2023. A gravação pode completar o inquérito que apura o plano batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, supostamente concebido para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Preso desde novembro do ano passado, Soares menciona no áudio que “o pau vai torar” e afirma que o presidente eleito “não vai assumir”. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o conteúdo reforça os indícios de que o agente não apenas tinha conhecimento do plano, como também participava de sua organização.
Na gravação, ele relata que forças armadas estariam cientes do movimento e supostamente orientando a desmobilização de acampamentos em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. De acordo com Soares, a medida poderia diminuir riscos à integridade de manifestantes.
“O Exército está começando a indicar a desmobilização da área. […] A manifestação já legitimou. Não precisa manter milhares ali até o dia da tomada”, diz um trecho da mensagem.
Ao longo do áudio, Soares se refere diretamente à possibilidade de confronto. “Vai ter muito efeito colateral para o nosso lado, sabe? Pessoas que não estão prontas para uma guerra. Crianças, mães de família, idosos para caramba”, declara.
As investigações da PF indicam que o agente integrava um núcleo que planejava ações violentas com objetivos políticos. O plano “Punhal Verde e Amarelo” previa atentados simultâneos contra autoridades, com o objetivo de inviabilizar a transição democrática.
A transcrição do áudio foi incluída no material enviado ao Supremo Tribunal Federal e pode embasar futuras denúncias.