Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, diz MapBiomas

Desmatamento no Brasil cai 32,4% em 2024, diz MapBiomas


Perda de vegetação nativa é maior no Cerrado; Amazônia, onde 7 árvores caem por segundo, é o 2º bioma mais atingido

O Brasil desmatou, em 2024, 32,4% menos do que em 2023, segundo informações de um relatório divulgado nesta 5ª feira (15.mai.2025) pelo MapBiomas. O desmatamento caiu em todos os 6 biomas brasileiros, exceto na Mata Atlântica, que manteve o índice estável ante o ano anterior.

De acordo com o RAD 2024 (Relatório Anual do Desmatamento), é a 1ª vez em 6 anos que todos os biomas do Brasil têm queda ou estabilidade na área desmatada. No total, somando os Estados e o Distrito Federal, o país perdeu 1.242.079,1 em hectares de vegetação nativa em 2024, contra 1.836.749,3 hectares em 2023.

BIOMAS

Pelo 2º ano consecutivo, o Cerrado é o bioma mais prejudicado pela perda de vegetação: foram 652.197 hectares desmatados no ano passado, equivalente a 52,5% da área total perdida. Esses números representam uma média de 1.786 hectares de área perdida por dia.

Em seguida, vem a Amazônia, com 377.708 hectares (30,4% da área desmatada total), uma média de 1.035 hectares perdidos por hora ou 7 árvores a cada segundo. Apesar do volume de perda, trata-se da menor área na série histórica de 6 anos.

A Caatinga vem em 3º lugar, com 174.511 hectares de perda, ou 14% da área desmatada.

Leia as áreas desmatadas em 2024 por bioma:

  • Cerrado: 652.197 hectares – 41,2% a menos que em 2023 (1.109.850 hectares);
  • Amazônia: 377.708 hectares – 16,8% a menos que em 2023 (452.230 hectares);
  • Caatinga: 174.511 hectares – 13,4% a menos que em 2023 (201.607 hectares);
  • Pantanal: 23.295 hectares – 58,6% a menos que em 2023 (56.304 hectares);
  • Mata Atlântica: 13.472 hectares – 2% a mais que em 2023 (13.212 hectares);
  • Pampa: 896 hectares – 42,1% a menos que em 2023 (1.547 hectares).

A Mata Atlântica foi o único bioma com uma oscilação para cima na tendência do desmatamento, o que é considerado uma estabilidade. De acordo com o relatório, as enchentes do Rio Grande do Sul foram o principal motivo, uma vez que a Mata Atlântica foi o ecossistema mais atingido pelas chuvas que devastaram o Estado. Em 2023, a queda ante a 2022 no desmatamento da Mata Atlântica foi de 60% — foram 29.721 hectares de perda de vegetação nativa em 2022.

MATOPIBA

Segundo o RAD 2024, a região Matopiba, que compreende os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, abriga cerca de 42% da área total desmatada do país.  Além disso, 75% de todo Cerrado desmatado concentra-se na região.

O Maranhão, pelo 2º ano consecutivo, é o Estado que mais desmata. Apesar da redução de 34,3% em comparação com 2023, foram 218.298,4 hectares de vegetação nativa perdidos.

Considerando o acumulado nos 6 anos da série histórica do MapBiomas, Pará foi o Estado com o pior índice. Sede da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) em novembro, perdeu cerca de 2 milhões de hectares de 2019 a 2024.

AGROPECUÁRIA

Nesses 6 anos, a atividade econômica que mais pressionou o desmatamento foi a agropecuária, responsável por 97% da perda de vegetação nativa no país.

Outros setores também exercem pressão sobre biomas específicos. O garimpo, por exemplo, concentra 99% de sua área desmatada na Amazônia.

Já a expansão urbana foi responsável pelo desmatamento de 45% do Cerrado.

TERRAS INDÍGENAS

Outro dado trazido pelo RAD 2024 refere-se ao desmatamento em TIs (Terras Indígenas) e em UCs (Unidades de Conservação).

De acordo com o relatório, 2/3 das TIs não registraram desmatamento em 2024. No total dessas regiões, a perda foi de 15.938 hectares, 24% a menos que em 2023. Cerca de 39% desse total desmatado ocorreu na TI Porquinhos dos Canela-Apãnjekra, no Estado do Maranhão (6.208 hectares).

Em relação às UCs, foram 57.930 hectares desmatados, uma redução de 42,5% em relação a 2023.


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