Condição afeta mais de um terço da população adulta no Brasil e pode aumentar o risco de diabetes tipo 2
Você já ouviu falar em síndrome metabólica? Embora pouco conhecida, essa condição afeta uma parcela significativa dos brasileiros. Estima-se que um terço da população adulta do país apresenta critérios para o diagnóstico da síndrome, que é caracterizada por um conjunto de alterações no organismo: pressão arterial elevada, glicemia alterada, colesterol HDL baixo, triglicérides altos e, principalmente, acúmulo de gordura abdominal. A reportagem do portal LeoDias ouviu o especialista em tratamento da obesidade e médico do reality Quilos Mortais Brasil, Dr. Marcelo Carneiro, sobre o assunto.
Segundo o especialista, a síndrome metabólica é um alerta do corpo para riscos maiores. “Ela é um fator de risco para infarto, AVC, diabetes tipo 2 e doenças hepáticas”, explicou, ressaltando que o problema é silencioso, por isso ter consciência corporal é muito importante para notar quando a circunferência abdominal está fora do normal.
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Mas como saber se aquela “barriguinha” ultrapassou os limites do estético e se tornou um problema de saúde? Segundo o especialista, a gordura visceral, aquela que se acumula entre os órgãos, é metabolicamente ativa e interfere diretamente no funcionamento do organismo. “Se a circunferência abdominal está acima de 102 centímetros nos homens ou 88 nas mulheres, já é um sinal de alerta. A partir daí, avaliamos glicemia, pressão arterial e perfil lipídico. Três alterações combinadas já configuram a síndrome”, afirmou.
O médico listou quatro fatos sobre a síndrome metabólica que todos deveriam saber para proteger a saúde. Confira:
1. Nem toda gordura abdominal é inofensiva
A gordura visceral normalmente apresenta-se em forma de barriga “mais dura”. Ainda que o peso esteja aparentemente normal, é a barriga que deve ser levada em conta como sinal de alerta.
2. A condição é silenciosa, mas progressiva
Muitos pacientes só descobrem a síndrome após um diagnóstico de diabetes ou um evento cardiovascular, como infarto ou AVC.
3. Maus hábitos favorecem o surgimento do problema
Sedentarismo, alimentação ultraprocessada, excesso de açúcar e gordura, além de estresse e sono ruim, estão diretamente ligados ao desenvolvimento do quadro.
4. É possível reverter com mudanças no estilo de vida
Adotar uma alimentação balanceada, praticar exercícios regularmente e, quando necessário, iniciar medicações pode reverter a síndrome e evitar complicações maiores.
De acordo o médico, perder de 5% a 10% do peso corporal já reduz os riscos associados à condição. “Não se trata apenas de emagrecer por estética. Trata-se de preservar órgãos vitais, controlar inflamações e melhorar a qualidade de vida a longo prazo”, concluiu.