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A ex-namorada de P. Diddy, Cassie Ventura, depôs nesta terça (13/5) no julgamento que analisa denúncias contra o rapper por tráfico sexual. A modelo afirmou que o artista a obrigou a fazer sexo com um garoto de programa durante uma das famosas festas, e que Diddy ficou vendo tudo.
Cassie relatou ao júri que participou de sua primeira “freak-off”, as festanças de Diddy, aos 22 anos, durante o primeiro ano de seu relacionamento com o cantor. Segundo seu depoimento, drogas, álcool e óleo de bebê fizeram parte da experiência.
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Ela contou que Diddy mencionou o tema do voyeurismo e que, querendo agradá-lo, acabou concordando em participar da situação. O encontro aconteceu em uma das casas do artista, em Los Angeles, e contou com a presença de um acompanhante masculino contratado para dançar e manter relações sexuais com ela.
Antes do episódio, Cassie disse ter consumido ecstasy e álcool. Também afirmou que foi ideia de Diddy que eles usassem disfarces, ela usou uma máscara de baile. Segundo ela, houve pelo menos duas “seções” nesse primeiro encontro, e cada uma terminava quando o acompanhante ejaculava.
Cassie afirmou que se sentiu suja e confusa após o episódio, mas percebeu que Diddy estava satisfeito com ela. Ela disse que não sentia que podia recusar, com medo de decepcioná-lo ou deixá-lo irritado, principalmente depois que ele compartilhou essa faceta íntima com ela.
Segundo seu testemunho, esses encontros passaram a acontecer com frequência semanal durante anos. O último teria ocorrido entre 2017 e 2018. Ela relatou que nunca dormia durante os “freak-offs” e usava drogas.
Ao ser questionada, afirmou que não conseguia lembrar de todos os episódios, mas que queria que parassem porque se sentia humilhada. Quando tentou dizer a Diddy que não queria mais participar, fez isso de forma cuidadosa, para não provocar sua ira.
Cassie contou que esses encontros aconteceram em diferentes propriedades de Diddy: em Los Angeles, Miami, Nova York, além de algumas de suas próprias residências, hotéis e locais como Atlanta e Ibiza.
Ela também revelou que era pressionada a participar dos “freak-offs” mesmo durante o período menstrual, mesmo contra sua vontade.
Outro ponto forte do depoimento foi sobre a prática de urinar sobre ela durante os encontros. Cassie afirmou que isso acontecia com frequência, embora fosse algo que a deixava extremamente desconfortável.
“Foi nojento, foi demais”, disse, acrescentando que chegou a engasgar com a quantidade de urina e reforçou: “Ninguém poderia achar que eu queria aquilo”.
Ela afirmou que chegou a ser urinada por dois homens ao mesmo tempo, e, ao ser questionada sobre por que não recusava, respondeu: “Era óbvio que eu não queria estar no chão sendo urinada por dois homens”.