Médica explica o que é possível fazer para evitar desconfortos e desmistifica tratamentos atuais

A apresentadora Adriane Galisteu, 51 anos, usou seu Instagram para contar sobre sua experiência na menopausa e grande parte dos seus 5 milhões de seguidores ficou em choque com a declaração da famosa. “Tem horas que eu acho que estou enlouquecendo, falo: não é possível, enlouqueci? Não, estava bem… De repente, dá uma raiva, uma coisa pequena, mas é uma explosão. Aí, depois, dá um choro, uma tristeza, uma angústia. Do nada, uma vontade de comer doce. Por que será que isso acontece?”.
Um dos comentários de seus seguidores traz o parecer de um médico, sugerindo que ela busque reposição hormonal. Galisteu faz parte das mulheres que normalizam a menopausa como sinônimo de sofrimento. De acordo com uma pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas, apenas 19,5% das mulheres utilizam ou já utilizaram a terapia hormonal (TH). Um dos grandes motivos para isso são os mitos diante do tratamento.
Já Angélica, que começou a apresentar os sintomas aos 42 anos, declarou durante sua participação no Roda Viva, da TV Cultura, que hoje, aos 51, passa por esse período tranquilamente. “No começo, eu fiquei perdida e o Luciano também ficou, porque nós somos o pontinho de luz na casa. É uma situação em que você tem que ter apoio, eu tive apoio, porque eu me abri também, eu fui e falei, é importante falar. Mas é óbvio que o casamento ficou bem melhor depois que eu comecei a fazer reposição hormonal. A gente não tem que sofrer”.

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Dra. Janifer Trizi, ginecologista e médica integrativa, afirma que é possível melhorar todos os desconfortos que muitas consideram normais, como ondas de calor, baixa libido, insônia, cansaço extremo, irritabilidade e ganho de peso, com o tratamento hormonal. Segundo a médica, a menopausa traz mudanças hormonais naturais, mas o sofrimento não é inevitável, sendo um sinal de que seu corpo precisa de equilíbrio.
“Hoje buscamos desmistificar a reposição hormonal, porque ela é necessária e vai proteger a gente contra doenças, principalmente a cardiovascular, que é a que mais mata mulheres. Temos necessidade do estradiol. O osso e a força muscular são o estradiol com a progesterona, por exemplo. A testosterona não é hormônio masculino, mas é ela quem dá origem ao estradiol. Então, hoje buscamos usar as redes sociais para quebrarmos esses paradigmas e levarmos informações às pacientes de que isso é cuidar da saúde”, ressalta.

Dra Janifer Trizi (Divulgação)
Trizi pontua que o equilíbrio hormonal é a chave para passar pela menopausa com qualidade de vida. “O primeiro passo é buscar um acompanhamento especializado para ajustar seus hormônios e encontrar a melhor estratégia para o seu corpo. A queda do estrogênio, progesterona e testosterona pode afetar não só o metabolismo, mas também a saúde emocional e mental. Muitas mulheres chegam nessa fase acreditando que devem simplesmente ‘aguentar’ os sintomas, mas a verdade é que existe tratamento. Com a abordagem certa, é possível aliviar os sintomas, melhorar o sono, recuperar a energia e até manter o metabolismo ativo”, esclarece.
Tratamento de acordo com a necessidade de cada uma
A médica lembra que reposição hormonal não deve ser mantida por um tempo e varia de acordo com as necessidades e saúde de cada mulher. “Diferentemente do que muitas pensam, o tratamento para a menopausa não engorda, o que engorda é o desequilíbrio hormonal não tratado. O ajuste correto ajuda a controlar o peso e melhora a disposição. E, assim, é possível se redescobrir e viver plenamente”, comenta.
Quanto à libido, a especialista orienta que não precisa ser afetada com a chegada desse período. “A menopausa pode trazer mudanças, mas com acompanhamento é possível redescobrir o prazer e a intimidade. Aconselho que as pacientes desconstruam essas mentiras e cuidem da saúde com informação e aconselhamento especializado”, adverte.
A médica garante que rapidamente a mulher com o tratamento voltará à sua vida normal. “Com a reposição certa, ajustes na alimentação e cuidado especial com o sono, em poucas semanas ela voltará a ter disposição para viver. A menopausa começa anos antes do último ciclo menstrual e seus impactos no corpo podem ser silenciosos. Ela não é só sobre fogachos e menstruação irregular. Sintomas como cansaço, insônia, alterações de humor e dificuldade para emagrecer podem estar diretamente ligados à queda hormonal, e ignorá-los pode custar caro para sua saúde a longo prazo”, explica. A especialista recomenda que as mulheres busquem um especialista antes do corpo sinalizar que precisa de ajuda. “Mesmo que você não sinta nada, a perda dos hormônios impacta sua saúde óssea, cardiovascular e metabólica. A prevenção começa agora, e quanto antes você agir, melhor será sua qualidade de vida nos próximos anos”.