Projeto proíbe desconto automático em benefícios do INSS

Projeto proíbe desconto automático em benefícios do INSS


Estimulada pelas investigações de fraudes no instituto, proposta do deputado Danilo Forte (União Brasil) quer proteger aposentados

O deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) apresentou na 3ª feira (6.mai.2025) um projeto de lei para proibir o desconto automático de valores em benefícios previdenciários. O objetivo é “proteger aposentados e pensionistas de cobranças indevidas e de autorizações forjadas para empréstimos e serviços não solicitados”. Eis a íntegra (PDF – 146 KB).

Forte afirmou que a proposta é uma reação às investigações de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) por meio de descontos não autorizados aplicados por associações e entidades de classe.

A ideia do deputado é que o beneficiário se manifeste de maneira “clara e formal” antes de qualquer desconto na folha de pagamento.

“Não se trata de impedir a atuação das entidades, mas de garantir que o aposentado tenha controle total sobre o seu benefício e que qualquer filiação seja uma escolha legítima, e não uma armadilha escondida em letras miúdas”, diz o deputado na justificativa do projeto.

OPERAÇÃO SEM DESCONTO

A Polícia Federal deflagrou em 23 de abril de 2025 a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A operação cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão e 6 mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em 13 Estados.

De acordo com a PF, a investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

O governo informou que, em 2023, a CGU (Controladoria Geral da União) deu início a uma série de apurações sobre o aumento do número de entidades e dos valores descontados dos aposentados.

A partir desse processo, foram feitas auditorias em 29 entidades que tinham ACTs (Acordos de Cooperação Técnica) com o INSS. Também foram realizadas entrevistas com 1.300 aposentados que tinham descontos na folha de pagamento.

Segundo o governo, a CGU identificou que as entidades não tinham estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários e que, dos entrevistados, a maioria não havia autorizado os descontos.

A Controladoria também identificou que 70% das 29 entidades analisadas não tinham entregue a documentação completa ao INSS. Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções. Entre elas, o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto.





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