Partido diz que irá adotar posicionamento “independente” na Casa depois de saída do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi
A ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann (PT), disse nesta 3ª feira (6.mai.2025) que continuará dialogando com o PDT, apesar de a sigla ter abandonado a base de apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara.
“Respeitamos o posicionamento da bancada e seguimos dialogando com o PDT, contando com o apoio do partido nas matérias de interesse do país”, afirmou Gleisi em nota.
O rompimento dos deputados da sigla com o governo se deu depois que Carlos Lupi (PDT) pediu demissão do Ministério da Previdência, alvo de pressão pelas supostas fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O PDT passará a adotar um posicionamento “independente” na Câmara. O líder, Mário Heringer (MG), já disse que não passará a integrar a oposição, liderada pelo PL (Partido Liberal), do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ruptura se deu por unanimidade, segundo o líder da sigla. A bancada conta com 17 deputados e estava junto ao presidente Lula desde o início de seu 3º mandato, em 2023.
O rompimento é exclusivo da bancada na Câmara e não passou pelos senadores. No Senado, o PDT e o PT, partido do presidente Lula, formam um bloco.
SAÍDA DE LUPI DO MINISTÉRIO
O ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi pediu demissão do cargo na 6ª feira (2.mai), 9 dias depois a PF (Polícia Federal) revelar investigações sobre um esquema de descontos em aposentadorias do INSS. O prejuízo estimado da fraude é de cerca de R$ 6,5 bilhões no período de 2019 a 2024.
Segundo apurou o Poder360, o pedetista foi aconselhado por deputados a pedir demissão sob a condição de que firmasse o discurso de que as fraudes começaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e as apurações ficaram a encargo do governo petista.
OMISSÃO
As atas das reuniões do CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social) mostram que Lupi foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias em junho de 2023, mas levou 10 meses para tomar alguma providência.
Segundo os documentos disponíveis no site do conselho, a 1ª vez que o tema surgiu em reunião foi em 12 de junho de 2023, mas o item só foi incluído na pauta da reunião de 24 de abril de 2024.
Lupi era presidente do conselho, que reúne a cúpula do ministério, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais.