Congresso em Foco

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O Brasil acordou, mais uma vez, com a dura realidade de um novo escândalo de corrupção. A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União, revelou o desvio de mais de R$ 6 bilhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Um esquema nível Lava-Jato, dada a gravidade e a extensão dos prejuízos causados à população.

Não se trata de um simples caso isolado de corrupção, estamos diante de um verdadeiro atentado contra os direitos dos brasileiros mais vulneráveis. A aposentadoria do INSS é, para muitos, a única esperança de sobrevivência na velhice. Ao desviar recursos desse fundo, não se rouba apenas dinheiro – rouba-se esperança, saúde e qualidade de vida de quem já enfrentou anos de trabalho e agora depende do Estado para viver.

Corrupção institucionalizada compromete funcionamento e credibilidade do Estado

Corrupção institucionalizada compromete funcionamento e credibilidade do EstadoRafa Neddermeyer/Agência Brasil

O cenário atual é um retrato lamentável do que tem se tornado recorrente em determinadas gestões políticas: a prática da corrupção institucionalizada, que se instala nos órgãos públicos de maneira tão profunda que compromete seu funcionamento e sua credibilidade.

Enquanto um cidadão comum espera meses, às vezes anos, para ter seu benefício aprovado, bilhões de reais são desviados de maneira criminosa.

Esse episódio faz ecoar memórias recentes da Lava-Jato, operação que revelou um esquema bilionário de corrupção envolvendo grandes empresas e agentes públicos. Agora, porém, a gravidade se intensifica ainda mais: os alvos da vez são idosos, pensionistas e trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Trata-se de um crime social de proporções alarmantes, pois impacta diretamente aqueles que têm menos meios para reagir ou buscar alternativas.

E não basta discursos genéricos do governo ou promessas de apuração: é necessária uma ação firme, transparente e efetiva para investigar e punir os culpados com todo rigor.

A sensação de impunidade alimenta a continuidade desses esquemas e deteriora ainda mais a confiança da sociedade nas instituições democráticas.

O Congresso Nacional, por sua vez, deve ultrapassar interesses partidários e agir em defesa do povo brasileiro. O momento exige uma resposta à altura do crime cometido: investigações rigorosas, punições exemplares e reformas profundas no sistema de controle e fiscalização de recursos públicos. Não se trata de mera disputa política, mas de defesa dos princípios básicos de justiça social.

A indignação que esse escândalo provoca deve se transformar em mobilização. O Brasil não pode mais aceitar que recursos destinados à seguridade social sejam tratados como patrimônio privado de corruptos. Cada centavo desviado representa falta de medicamentos, a ausência de um prato de comida na mesa, a impossibilidade de um tratamento médico ou de uma vida digna para milhões de brasileiros.

O desvio bilionário no INSS é mais do que um escândalo administrativo; é uma traição aos princípios fundamentais de solidariedade e proteção social que devem reger o Estado brasileiro. Essa covardia exige resposta rápidas, firmes e exemplares.

O Brasil precisa encontrar o caminho da ética, da justiça e do respeito ao povo. E esse caminho começa agora, com a cobrança incansável de respostas e a rejeição ampla, geral e irrestrita à corrupção que insiste em assombrar a nação.


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